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queimadas
2007-07-02

Neste ano, o Brasil está incendiando mais sua vegetação.  A época de estiagem mal começou e o volume de queimadas em todo País já é 66% maior do que no mesmo período do ano passado.  O dado resulta do monitoramento de focos de incêndio feito com dez satélites pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).  "Em todo o País, só um desses satélites detectou 12 mil focos, ante 9.340 no ano passado", diz o pesquisador do Inpe e responsável pelo Departamento de Queimadas do instituto, Alberto Setzer.

Os satélites passam por todo território nacional detectando áreas queimadas com mais de 30 metros de comprimento por 1 metro de largura.  Anteontem à tarde, por exemplo, um satélite detectou 148 focos no País.  A maior parte dos focos estava no Estado de Tocantins, com 31 pontos de incêndio, e em Mato Grosso, com 26.  "A estiagem está no começo, mas esses dados já servem de alerta.  Somente em junho, nos primeiros 26 dias, o aumento foi de 55% no País", afirma o pesquisador.

O satélite também passa por outros 13 países e, na tarde de quarta-feira, detectou 21 queimadas na Argentina e oito na Bolívia.  Isso mostra que o Brasil continua sendo um dos campeões em queimadas e o quinto maior país poluidor, contribuindo, e muito, para o aquecimento global.

Redutor
O Estado campeão em queimadas continua sendo Mato Grosso, mas São Paulo se destaca, principalmente por causa da queima da palha da cana.  Desde o começo do ano, os focos em Mato Grosso subiram 25%.  Em São Paulo, o aumento foi de 21%.  Considerando apenas os dados de um satélite, o aumento neste ano foi de 1.410 para 1.700 focos em São Paulo.

As previsões para o Sudeste indicam que o inverno será mais quente e seco, o que aumenta os riscos.  "O aumento do plantio da cana e a colheita manual ajudam nas queimadas, que não prejudicam só o local onde se queima", avalia o pesquisador.  "Gases tóxicos como óxido de nitrogênio e monóxido de carbono geram outros poluentes em contato com a luz solar", explica Setzer.

(A Crítica, 29/06/2007)

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