(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
eucalipto no pampa silvicultura zoneamento silvicultura
2007-07-02
Ministério da Justiça encaminhou à Polícia Federal denúncia de ambientalistas sobre aquisição de terras pela sueco-finlandesa Stora Enzo. Compra por estrangeiros em fronteira depende de aval do Conselho de Segurança Nacional

PORTO ALEGRE - Atendendo a pedido do deputado federal Adão Pretto (PT-RS), o Ministério da Justiça encaminhou à Polícia Federal, para abertura de inquérito, a denúncia de entidades ambientalistas do Rio Grande do Sul sobre a situação da empresa sueco finlandesa Stora Enso, que estaria adquirindo propriedades rurais gaúchas em faixas de fronteira. A Stora Enso estaria utilizando uma outra empresa, a Azenglever Agropecuária Ltda, cuja totalidade do capital social é de pessoa física brasileira, para adquirir áreas em faixas de fronteira sem passar pelo Conselho de Segurança Nacional. A Azenglever, contudo, estaria associada com a Derflin Agropecuária Ltda, de capital estrangeiro e pertencente à Stora Enzo. Já existe um Inquérito Civil (158/2005), aberto pelo Ministério Público do RS, para apurar a legalidade deste ato. Segundo a legislação brasileira, estrangeiros, para adquirir terras em áreas de fronteira, devem obter aprovação prévia do Conselho de Defesa Nacional, ligado à Presidência da República.

Em 2005, a Stora Enso iniciou o processo de aquisição de terras no Rio Grande do Sul para efetuar plantios de eucalipto. Anunciou, na época, que faria um investimento de aproximadamente US$ 250 milhões para a aquisição destas áreas. Mas a empresa enfrentou dificuldades porque a lei brasileira exige o consentimento do Conselho de Defesa Nacional (CDN) para a aquisição de terras por estrangeiros numa faixa de 150 km com outros países (faixa de fronteira). Segundo documento que consta do inquérito civil 158/2005, aberto pelo Ministério Público do RS para apurar o processo de licenciamento ambiental na área da silvicultura, a estratégia utilizada para superar essa dificuldade foi utilizar outra empresa para efetuar a compra de terras. A Stora Enso está associada a uma empresa responsável pela produção da matéria prima (eucalipto), a Derflin Agropecuária Ltda.

Esta empresa passou a efetuar a compra de terras mas, em função de ter capital estrangeiro, não possuía direito real sobre elas, até que a autorização do Conselho de Defesa Nacional fosse deferida. É aí que teria surgido a Azenglever Agropecuária Ltda, empresa cuja totalidade do capital social é detida por pessoas físicas brasileiras e residentes no Brasil, e que teria passado a efetuar a compra de terras. No dia 26 de abril de 2006, em uma palestra realizada para empresários em Porto Alegre, o vice-presidente da Stora Enso para a América Latina, Otávio Pontes, disse que a empresa pretendia iniciar ainda no primeiro semestre daquele ano o plantio de 5 mil hectares de eucalipto no município de Rosário do Sul, fronteira oeste do RS. Essa área seria a primeira parte dos 100 mil hectares – de um total de 140 mil que devem ser comprados pela empresa – para o cultivo de eucalipto no Estado.

Estratégia de expansão no Brasil e no Uruguai
O grupo sueco-finlandês pretende construir uma fábrica de celulose de eucalipto no RS em um prazo de sete anos (tempo médio para o corte e utilização da madeira). Ainda segundo Otávio Pontes, além dos investimentos no RS, a empresa pretende comprar 140 mil hectares de terras no Uruguai. O cultivo no território uruguaio já está sendo realizado com o uso de mudas produzidas no Rio Grande do Sul. Na referida palestra, o executivo reclamou que o plantio no Estado atrasou em função de exigências ambientais. “Inventaram uma lei de zoneamento que está atrasando o processo”, afirmou Pontes. Após uma intensa pressão sobre o governo estadual, que provocou a substituição da cúpula dos órgãos ambientais no RS, a lei de zoneamento foi “flexibilizada” e as licenças ambientais começaram a ser concedidas. A Stora Enso chegou a ameaçar suspender os investimentos no Estado caso esse problema não fosse resolvido. “No Uruguai, a burocracia é bem menor do que no Brasil e já temos áreas licenciadas”, disse Otávio Pontes aos empresários gaúchos.

A expansão dos negócios das empresas de celulose deve-se, justificou o executivo na ocasião, ao crescimento da demanda mundial, puxada principalmente pela China, cujas compras fizeram o preço do papel subir cerca de 20% em 2006. E a previsão do setor é que deve continuar subindo. O consumo da celulose de eucalipto, de fibra curta (usada para a produção de papel de escrever e papel higiênico), vem crescendo de 800 mil a 1 milhão de toneladas por ano. Já a celulose de pinus, de fibra longa (usada para papéis de embalagens industriais), vem crescendo de 600 mil a 700 toneladas por ano. As regiões prioritárias de investimentos da Stora Enso estão localizadas no Brasil, Uruguai, Rússia e China. Até 2015, segundo previsões do setor, cerca de 30% da produção mundial de celulose deverão estar localizados na Ásia e na América Latina. O Rio Grande do Sul foi escolhido como território para a expansão dos negócios da empresa, entre outras razões, pela disponibilidade de terras e pelas condições ideais para o crescimento das árvores.

(Por Marco Aurélio Weissheimer, Agência Carta Maior, 29/06/2007)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -