O ministro de Defesa do Japão pediu desculpas no domingo (01/07) pelos comentários feitos sobre o ataque com bombas atômicas lançadas contra o país pelos Estados Unidos em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial.
Os comentários deixaram indignados sobreviventes da explosão e atraiu críticas partido governista, pouco antes das eleições de julho.
O ministro Fumio Kyuma disse que não teve a intenção de ofender as vítimas do bombardeio quando afirmou, no sábado, que as bombas 'não podiam ter sido evitadas' pois puseram um fim à Segunda Guerra Mundial e evitaram que a União Soviética entrasse em guerra com o Japão.
- Se as minhas observações foram interpretadas como insensíveis aos sentimentos das vítimas das bombas atômicas, então peço desculpas - disse o ministro, durante uma coletiva de imprensa.
No sábado, Kyuma disse, durante um discurso:
- O meu ponto de vista é que (as bombas) terminaram com a guerra e não podiam ser evitadas... eu não guardo ressentimentos contra os Estados Unidos.
As observações do ministro foram condenadas pelas vítimas dos bombardeios de 6 de agosto de 1945, em Hiroshima, e de 9 de agosto do mesmo ano, em Nagasaki, que mataram 210 mil pessoas ao todo até o fim daquele ano. Alguns partidos da oposição exigiram a renúncia de Kyuma.
Cinco grupos representando os sobreviventes da bomba de Nagasaki pediram a Kyuma, no domingo, para que não comparecesse ao aniversário do bombardeio, no próximo mês, segundo a agência de notícias Kyodo.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse no domingo que não demitiria Kyuma, apesar de ter classificado o bombardeio como um 'ato imperdoável'.
- Eu quero que o sr. Kyuma exerça sua liderança como o ministro da Defesa a respeito do desarmamento nuclear no futuro - disse Abe em um debate com Ichiro Ozawa, líder do principal partido de oposição, o Partido Democrático.
As autoridades do Japão --único país no mundo que sofreu um ataque com bombas atômicas-- geralmente expressam simpatia pelas vítimas dos bombardeios, porém evitam criticar a ação dos norte-americanos durante a guerra por consideração aos laços de Tóquio com Washington, grande aliado japonês.
(JB online, com informações da Reuters, 01/07/2007)