Os índios Truká impetraram uma ação no Ministério Público Federal pedindo a agilização da demarcação de território que consideram originalmente seu, em Cabrobó (PE). A área, onde estava uma fazenda, foi desapropriada pelo União para as obras de transposição do Rio São Francisco. No local, sexta-feira (29/06), estavam acampados 1,5 mil manifestantes contra a transposição, entre eles os Truká. Os manifestantes começaram na quinta-feira (28/06) a tapar um buraco feito pelo Exército para marcar o início das obras.
O processo de demarcação da área, segundo a assessoria do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), está sendo feito há mais de dez anos pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Procurada pela Agência Brasil há dois dias, a Funai não confirmou a informação até a publicação desta nota.
Sexta-feira (29/06), o juiz federal Georgius Luís Argentini Principe Credidio, da 20ª Vara Federal de Salgueiro, Pernambuco, determinou a devolução da área ocupada à União. A Polícia Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai) deverão acompanhar a desocupação da área. Já os movimentos sociais prometem resistir.
Quinta-feira (28/06), foi celebrada uma missa pelo bispo diocesano de Barra (BA), Dom Luiz Flávio Cappio, que foi ao acampamento para manifestar sua solidariedade. Em 2005, Cappio fez uma greve de fome em protesto à transposição do São Francisco.
Desde a última terça-feira (26/06) manifestantes de movimentos sociais estão em Cabrobó, que fica no sertão pernambucano, para tentar impedir a continuidade das obras de integração do Rio São Francisco. Um dia antes, o 2º Batalhão de Construção e Engenharia do Exército começou as obras de destacamento e de topografia para a transposição no município.
Entre os participantes da manifestação estão indígenas, quilombolas, integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
(Por Sabrina Craide, Agência Brasil, 29/06/2007)