A Polícia Federal deflagrou na sexta-feira (29/06) uma operação para desmontar uma quadrilha que fraudava licenças ambientais. Ao menos 12 pessoas já foram presas.
Batizada de "Ouro Verde 2", a operação cumpre 34 mandados de busca e apreensão e 30 de prisão em 11 cidades do Pará e duas do Maranhão.
Segundo a PF, as investigações apontam que os envolvidos teriam praticado crimes contra o meio ambiente, entre eles um enorme desmatamento da floresta amazônica.
O grupo, que envolve ex-funcionários públicos, hackers e 155 empresários do setor madeireiro, é acusado pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, estelionato, inserção de dados falsos em sistema de informações e violação de sigilo funcional.
As fraudes, de acordo com a polícia, eram realizadas de duas formas. A primeira através da inserção fraudulenta de créditos no sistema informatizado que permite a impressão dos DOFs (Documentos de Origem Florestal). A segunda, pela impressão de grande número de DOFs, onde constavam grandes quantidades de madeira e carvão a serem transportadas ou estocadas.
A PF informou que a propina paga ao grupo pela inclusão de créditos era de cerca de R$ 100 por metro cúbico --em uma das operações, identificadas durante as investigações, foram inseridos ilicitamente 160.000 metros cúbicos de madeira, gerando um lucro de R$ 16 milhões.
Há indícios ainda que hackers estariam desbloqueando o Cadastro Técnico Federal do sistema do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Pará.
(Folha online, 29/06/2007)