A prefeitura de Porto Alegre pretende contratar emergencialmente uma nova empresa para ajudar na coleta do lixo que se acumula nas ruas da Capital. Um quarto do lixo produzido pelos moradores deixou de ser recolhido a cada dia.
A direção do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) pedirá hoje à Procuradoria-geral do Município e à Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico a contratação de um novo prestador de serviço para auxiliar no recolhimento. A contratação depende de um acordo entre o DMLU e a PRT, atual responsável.
Ontem à tarde, o DMLU reuniu-se com a empresa, que reconheceu não ter condições de cumprir todas as rotas diárias. Conforme o diretor do DMLU, Mário Moncks, a PRT deixa de recolher diariamente 25% das 950 toneladas de lixo domiciliar da cidade. São quase 240 mil quilos de detritos acumulados nas ruas a cada dia. A nova contratada ficaria responsável por essa parcela de trabalho.
Os atrasos estariam ocorrendo por falta de investimentos da PRT devido à proximidade do fim do contrato com a prefeitura. O contrato de cinco anos terminou em janeiro, mas foi prorrogado às pressas até 2008, em razão da anulação da licitação que estava em andamento.
Dos 38 caminhões da PRT que deveriam circular diariamente pelas ruas da Capital, pelo menos cinco deixam de sair da garagem porque estão sucateados. Desde o fim do contrato de cinco anos, aumentaram as notificações recebidas pela empresa referentes a atrasos no recolhimento de detritos. Em 2006, a PRT recebeu 74. Nos primeiros cinco meses de 2007 já foram 55.
Departamento também usará caminhões própriosA licitação que substituirá em definitivo a prestadora do serviço está em curso, e nove empresas estão na disputa. Não há prazo para a indicação da vencedora. Enquanto a situação não é resolvida, o departamento promete remanejar caminhões próprios para auxiliar no recolhimento.
- A intenção do DMLU é ter a nova empresa selecionada em, no máximo, 10 dias. Até lá, faremos o possível para não deixar o lixo acumular nas ruas - afirma o diretor.
Na manhã de ontem, a Agência RBS percorreu a cidade e encontrou pontos com lixo acumulado. A doméstica Débora Ferreira dos Santos, 24 anos, moradora da Avenida Vicente Monteggia, no bairro Vila Nova, precisou procurar por uma lixeira. Há sete dias não ocorre recolhimento no local.
Na Zona Leste, catadores de papel disputavam os restos de lixo deixados há três dias em um trecho da Avenida Protásio Alves, na Chácara da Fumaça. No bairro Jardim Itu-Sabará, Zona Norte, foram os cães que se interessaram pelos sacos de lixo espalhados no meio-fio e na calçada da Rua Doutor Otávio dos Santos.
(Por Aline Custódio,
ZH, 29/06/2007)