O cancelamento da licença de instalação (LI) da barragem Bom Jardim, da mineração Rio Pomba Cataguases, em Miraí, na Zona da Mata, foi discutido ontem (28/06) pela quarta vez. Em reunião realizada com os representantes da Câmara de Atividades Minerárias (CMI) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), os conselheiros foram unânimes na decisão de manter a licença tanto da barragem quanto do lavador de bauxita instalados na fazenda Bom Jardim.
Segundo a conselheira Cláudia Diniz, da Fundação Relictos de Apoio ao Parque Estadual do Rio Doce, a barragem não representa nenhum risco ao meio ambiente. "É um empreendimento novo que está sendo construído dentro dos padrões da legislação ambiental. É preciso somente a Feam fiscalizar", disse. A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) não compartilha da mesma opinião.
A entidade recomendou o cancelamento da licença, mas os conselheiros do Copam não acataram. Segundo Cláudia, a Feam não conseguiu comprovar nenhum risco e não apresentou nenhuma justificativa técnica. "Na reunião de hoje eles sequer se manifestaram", disse. A conselheira reforça que a barragem Bom Jardim não deve ser comparada à barragem São Francisco, que rompeu por duas vezes, em março de 2006 e em janeiro deste ano, causando impactos significativos ao meio ambiente.
A barragem São Francisco também é da mineração Rio Pomba Cataguases. "Elas estão distantes, não têm nenhuma ligação. A barragem Bom Jardim tem uma localização bem melhor. A São Francisco era uma barragem antiga, que foi construída em um lugar desapropriado. Não tinha nem projeto porque naquela época não era exigido", esclareceu.
(
O Tempo, 29/06/2007)