O coordenador do Comitê de Gestão do Uso Sustentável de Lagostas, Rômulo Mello, viajou na noite desta quinta-feira (28/06) para Vitória, no Espírito Santo. Ele participa nesta sexta-feira (29/06), às 10h, na sede do Ibama local, de reunião com uma comissão de pescadores para tratar das novas regras da pesca da lagosta. Participa ainda do encontro o superintendente regional do Ibama, Guadanir Sobrinho.
Na quarta-feira (27/06), um grupo de mais de 300 pescadores, saídos em ônibus fretados dos municípios de Pontal e Itapemirim, no litoral Sul do Estado, invadiu a sede o Ibama em Vitória para protestar contra as novas regras da pesca da lagosta. Eles querem a suspensão, por 120 dias, da portaria que, entre outras coisas, proibiu o uso da caçoeira, rede usada nas pescarias e que causa danos irreversíveis à biodiversidade marinha.
Os pescadores pedem ainda a devolução de todo o material apreendido pela fiscalização desde o dia 16, quando entraram em vigor as novas regras. De lá para cá, os fiscais do Ibama, com o apoio da Polícia Ambiental, já recolheram mais de 20 redes caçoeiras, que vinham sendo usadas indevidamente.
Em substituição às redes, a portaria permite o uso de covos, também chamados de manzuás, que são armadilhas artesanais, em que as lagostas entram e não saem. Os covos não causam nenhum dano ambiental e capturam apenas as lagostas adultas, que são as mais valorizadas no mercado.
A portaria com as novas regras foi editada no início de 2007, depois de dois anos de discussão no Comitê de Gestão do Uso Sustentável de Lagostas, formado por representantes do governo e dos pescadores, armadores e empresários do setor. O objetivo é garantir a sustentabilidade da pesca, cuja produção registrou queda de até 90% nos últimos ano.
A lagosta é o segundo item no ranking da exportação do pescado brasileiro. Fica atrás apenas do camarão. Hoje, são exportadas anualmente em torno de 7 mil toneladas, mas esse número já foi muito maior. Em 1981, por exemplo, a exportação anual era de 11 mil toneladas. A atividade gera emprego e renda para 150 mil trabalhadores, sendo 15 mil pescadores.
(Por Elmano Augusto, Ascom Ibama/sede, 28/06/2007)