O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem (27/06) a greve dos trabalhadores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis), que protestam contra o desmembramento do órgão e divisão de atribuições com o recém-criado Instituto Chico Mendes.
"Perguntem por que o Ibama está em greve hoje? Eles não sabem, porque tiveram os aumentos que queriam. Estão em greve porque a Marina está propondo uma mudança entre a turma do licenciamento prévio e a turma dos parques. Estão em greve", disse ele ontem no lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2007/2008.
Lula defendeu a regulamentação da greve no serviço público. "A única coisa que eu quero é tornar este país um país civilizado em que todo mundo tenha direitos e deveres, em que a gente possa acordar, sabendo o que vai acontecer. Agora, tem gente que quer fazer 90 dias de greve, não é possível."
O presidente sinalizou ainda que não vai voltar atrás na decisão de cortar o ponto dos grevistas. "Ninguém pode ficar 70 dias sem trabalhar e depois receber pelos dias em que não trabalhou. É preciso receber pelos dias em que trabalhou."
IncraCerca de 40 servidores do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) realizaram um protesto na frente do presidente. A categoria está em greve reivindicando aumento salarial, contratação de pessoal, entre outros pontos.
Eles entraram no Palácio do Planalto e tentaram levantar faixas e cartazes de protesto. Frente ao protesto, Lula disse que os trabalhadores do Incra não conseguiriam realizar esse protesto em outro governo. "Quando é que os companheiros do Incra imaginavam entrar para fazer protesto no Palácio do Planalto? E entram, porque enquanto eu for presidente, os companheiros do Incra podem gritar aqui ou pode gritar lá fora, mas na hora de fazer acordo, têm que sentar à mesa de negociações e fazer o acordo que é possível fazer."
Reforma agrária
O presidente Lula afirmou que realizou mais desapropriação para fins de reforma agrária que o antecessor Fernando Henrique Cardoso. "Quantos hectares de terra foram desapropriados para a reforma agrária em oito anos do governo passado? 22 milhões de hectares em oito anos do governo passado? Quantos foram desapropriados em quatro anos do meu mandato? 32 milhões de hectares. É uma diferença enorme."
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Folha Online, 27/06/2007)