O presidente da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), senador Marconi Perillo (PSDB-GO), defendeu, nesta quarta-feira (27/06), um amplo debate sobre o futuro da matriz e da segurança energética do país, no seminário internacional "O Papel dos Combustíveis Fósseis na Sustentabilidade e Segurança Energética". O encontro, realizado em parceria pela CI e pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, estendeu-se até o final da tarde, no auditório Petrônio Portela, no Senado.
O seminário teve como objetivo discutir o papel dos combustíveis fósseis no cenário mundial nas próximas décadas, seus desafios e oportunidades, o desenvolvimento tecnológico, aspectos das mudanças climáticas, além de verificar como isso tudo está relacionado com o Brasil.
De acordo com o presidente da CI, essas são questões estratégicas para definir o desenvolvimento sustentável do país e a segurança energética. Ele lembrou que o aquecimento global, as mudanças climáticas e a questão da energia no mundo colocam em risco todo o planeta.
- Sem energia, estagnamos. Precisamos investir em Ciência e Tecnologia, senão perderemos em produtividade. É preciso aproximar a indústria da academia para produzirmos mentes qualificadas. É preciso dizer não ao isolamento, e sim à cooperação dos diversos setores intelectuais - afirma o senador.
Já arepresentante da Agência Internacional de Energia (IEA), Barbara Mckee, afirmou que, nos próximos 30 anos, a expectativa é que a demanda de crescimento da energia aumente cerca de 52%.
Segundo a representante do IEA, o acesso à energia é fundamental para diminuir a pobreza e, em sua opinião, uma solução para esse acesso seria uma ampla utilização do carvão - mais barato por unidade de energia do que outros combustíveis, além de estar disponível em abundância, ter um custo viável e uma boa distribuição geográfica. Barbara Mckee lembra, no entanto, que os efeitos causados ao meio ambiente por essa produção energética representam uma preocupação para todas as pessoas.
A representante do IEA lembrou que 92% da energia elétrica produzida nos EUA vem do carvão, e disse que a captura e o armazenamento do gás com segurança sob o solo seriam uma solução para eliminar as emissões de CO2. O desafio, de acordo com Barbara Mckee, será fazer isso a baixo custo com uma tecnologia inovadora.
- O mundo não conseguirá atingir as emissões adequadas sem a captura e o armazenamento do CO2 - afirma a representante do IEA.
O seminário, previsto para terminar às 18h15, conta com a participação de representantes de diversos países, como Alemanha, Noruega, Japão e Estados Unidos.
(Agência Senado, 27/06/2007)