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2001-11-12
O Ministério Público de São Paulo acusou a subsidiária anglo-holandesa Shell, na última semana, por ser negligente à exposição de 156 pessoas a pesticidas. De acordo com um relatório dos promotores públicos, liberado na semana passada, houve negligência, imperícia e neggligência por parte da empresa. No mês passado, autoridades do setor de saúde divulgaram relatório segundo o qual 156 entre 181 pessoas moradoras próximo à fábrica da Shell, em Paulínia, apresentavam níveis inaceitáveis de metais pesados ou pesticidas no sangue. Destas, 59 sofrem de tireóide ou tumores. Segundo o relatório, desde 1970 as pessoas que moram nas vizinhanças da fábrica estão sofrendo de problemas crônicos devido à degradação da qualidade da água. A Shell vem reiteradamente rejeitando as acusações de que está emitindo poluentes acima dos níveis permitidos pela Organização Mundial da Saúde. Em 1994, no entanto, a empresa prometeu descontaminar o solo contaminado em sua área industrial. Desde então, vem cuidando da qualidade da água e providenciando exames médicos para residentes no local. Mas nega que a contaminação afete residentes na região. A vice-presidente da Shell Química para a América Latina, Maria Lucia Braz Pinheiro, disse que esse relatório apresenta inconsistências técnicas e falta de base científica. A Shell atuou no local entre 1974 e 1995, e nesse último ano parou de fabricar aldrin, diedrin e endrin, pesticidas já banidos no Brasil. Esses produtos tóxicos estão entre os 12 poluentes orgânicos persistentes cujo banimento, em nível mundial, está sendo negociado em convenção da União das Nações Unidas para a Proteção Ambiental (Unep). (Reuters, 11/11)

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