O mundo precisaria começar a construir usinas nucleares já, ao ritmo inédito de quatro por mês, para que a energia nuclear tivesse uma participação significativa no combate ao aquecimento global, disse na quarta-feira (27/06) o Grupo de Pesquisa de Oxford sobre o futuro desse tipo de energia. Segundo os especialistas do grupo, além disso ser impossível, tem graves implicações para a segurança mundial, por causa da proliferação das armas nucleares. O estudo rebate o crescente movimento pelo investimento na energia nuclear como forma de energia "limpa." Hoje, a energia nuclear é responsável por cerca de 16% da demanda de eletricidade do mundo.
De acordo com o documento, para que a energia nuclear ajudasse significativamente a reduzir as emissões de carbono, ela teria de responder por um terço da demanda de eletricidade até 2075. Para chegar a isso, de acordo com os autores, teriam de ser construídas quatro usinas nucleares ao mês pelos próximos 70 anos. "Um renascimento nuclear mundial está fora da capacidade da indústria nuclear, e sobrecarregaria a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica)", disse o texto.
"A menos que se demonstre com certeza que a energia nuclear pode fazer uma grande contribuição para a mitigação global do CO2, ela deve ser deixada de fora", afirmou o relatório. Os defensores da energia nuclear dizem que ela emite muito pouco dióxido de carbono, o gás-estufa que está entre os responsáveis pelo aquecimento global. O levantamento afirmou que existem 429 reatores nucleares em operação, e 25 estão em construção.
(Globo Online, Ambiente Brasil, 28/06/2007)