A Federação dos Trabalhadoras na Agricultura do Amapá (Fetagri) está aguardando para o próximo mês (julho) a visita do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao Estado. Ele deverá receber oficialmente das mãos do senador, José Sarney (PSDB-AP), o projeto de desenvolvimento de tecnologias para a produção de biocombustíveis no Estado.
Criado em 2006 a partir de discussões entre a o Instituto de Florestas Tropicais e Recursos Renováveis da Amazônia e a Fetagri, o projeto prevê a introdução e o estudo de culturas oleaginosas já consolidadas em outras regiões - sendo que uma especialmente na região norte - visando o abastecimento energético e alimentar de pequenas comunidades isoladas no extenso território do Estado, levando a geração de conhecimentos e desenvolvimento de tecnologias competitivas e sustentáveis a partir de matérias-primas de origem vegetal para a produção de biocombustíveis como alternativas às fontes tradicionais.
Um dos membros da Fetagri, Amarildo Porto, explicou que o projeto já deveria estar em pleno desenvolvimento, no entanto, a falta de recursos atrasou a execução das pesquisas necessárias à implantação da proposta.
Segundo ele, em 2006 quando foi criado o projeto, ficou decidido que a Embrapa Amapá realizaria em seu campo experimental pesquisas baseadas na produtividade das culturas e no rendimento de óleo das mesmas. No entanto, a empresa não dispunha de recursos para a execução dos trabalhos.
Amarildo explica que uma comissão da Fetagri foi, então, até Brasília (DF) apresentar o projeto e pedir patrocínio ao senador, José Sarney. Segundo ele, naquela ocasião ficou garantido o apoio da Empresa Petrobrás à Embrapa.
Porém, o projeto continuou parado aguardando definição oficial por parte do senador que, segundo Amarildo, prometeu oficializar o início das pesquisas através de patrocínio da Petrobrás a partir da visita do presidente da República ao Amapá.
Pesquisas - O projeto está orçado em mais de um milhão de reais e compreende, em uma primeira fase, os estudos estabelecidos em nível de experimentação controlada em área de cerrado, com Campo Experimental do Cerrado da Embrapa Amapá, que apresenta clima Ami-Tropical chuvoso, segundo classificação de Koppen, com uma precipitação pluviométrica anual média de 2.260 mm concentrada entre os meses de janeiro a julho. A temperatura média é de 26 graus Celsius e umidade relativa do ar superior a 80%.
Em uma segunda fase, haverá a introdução de unidades de observação e demonstração em áreas alteradas para validação da tecnologia, juntamente com os agricultores. Nesta segunda fase instalada em área de agricultores, poderá também ser implantada em outros ecossistemas, juntamente com o estudo da viabilidade técnica da unidade.
Os materiais genéticos serão enviados por unidades da Embrapa que já possuem o sistema de produção consolidado e material recomendado.
Estudos experimentais em campo - As avaliações da primeira fase serão baseadas na produtividade das culturas e no rendimento de óleo das mesmas, levando-se em consideração o padrão sa-nitário.também serão avaliadas em laboratório, tanto a qualidade do óleo bruto extraído quanto da torta produzida nas condições de campo.
O estudo complementar de avaliação de impacto socioeconômico será permeado em todas as fases, com a estimativa dos custos de produção através de informações coletadas nos campos experimentais e unidades de produção.
A proposta, segundo o projeto, é estudar quatro culturas oleíferas, dentre elas o algodão, o girassol, a mamona e o pinhão-manso, devido às suas características oleíferas.
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Diário do Amapá, 27/06/2007)