Alertar sobre as causas e impactos do aquecimento global e propor soluções que cada cidadão e cidadã possa adotar no seu dia-a-dia são os objetivos principais do evento Live Earth, que ocorrerá no dia 7 de julho, em nove cidades do mundo (Nova Iorque, Londres, Sidney, Tóquio, Xangai, Johanesburgo, Hamburgo, Istambul e Rio de Janeiro) durante 24 horas. Os shows vão reunir mais de 100 artistas e mais de 2 bilhões de pessoas. No Brasil, o evento será na praia de Copacabana, onde o acesso para um público estimado em 1 milhão de pessoas será livre. Os artistas que confirmaram presença no show são Pharrell Williams, Lenny Kravitz, Macy Gray, Xuxa, o Rappa, Marcelo D2, Jorge Ben Jor, Jota Quest, Vanessa da Matta e Mv Bill.
O Live Earth foi fundado por Kevin Wall, produtor de música que organizou o Live 8 em 2005, um megashow com o objetivo de combater a pobreza. Para o Live Earth, Wall formou uma parceira com Al Gore, ex-vice presidente dos Estados Unidos e presidente da Aliança para a Proteção Climática (Alliance for Climate Protection), para assegurar que o show inspire mudanças comportamentais de indivíduos, empresas e governos para reduzir as mudanças climáticas. O Live Earth será o início de uma campanha que se estenderá por vários anos e que é dirigida pela Aliança do Clima, o Grupo do Clima (The Climate Group) e outras organizações internacionais para combater a crise do aquecimento global.
No Brasil, o evento é apoiado pela Prefeitura do Rio de Janeiro e pelo Banco Itaú. O Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS), Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, o WWF Brasil, a Rede Brasileira Agroflorestal (REBRAF) e o Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento (PNUD) são parceiros nacionais do evento.
Uma pesquisa da CNT/Sensus divulgada na última terça-feira (26/06), mostra que 3/4 dos brasileiros já se preocupam com a mudança do clima – com o show no Rio de Janeiro, este número deverá crescer ainda mais. "O Live Earth é uma ótima oportunidade para aumentar a consciência entre a população brasileira sobre as causas do aquecimento global e divulgar como cada um de nós, e também as empresas e os governos, pode contribuir para resolver a crise”, esclarece Temístocles Marcelos, Secretário-Executivo do FBOMS. Para Roberto Smeraldi, Diretor Geral da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira “a conscientização de massa dessa iniciativa deve acabar com a época do 'vamos fazer o possível', iniciando aquela do 'vamos fazer o necessário'”.
Entre as ações do Live Earth está a divulgação de várias dicas simples para que cada indivíduo no seu dia-a-dia possa contribuir na diminuição das emissões dos gases de efeito estufa e enfrentar a crise climática. Para reduzir o uso de energia, as dicas orientam, por exemplo, a optar por lâmpadas fluorescentes, usar chuveiros solares e desligar equipamentos eletrodomésticos e de trabalho quando estes não estão sendo usados. Na hora de fazer compras, as dicas recomendam, entre outras, reutilizar sacos de plástico para reduzir o uso de petróleo, e consumir mais vegetais, cereais e frutas, já que a indústria da carne contribui para o desmatamento na Amazônia, sendo responsável por 70% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil. No setor de transporte, as recomendações estimulam aumentar o uso do transporte público e coletivo. As dicas também orientam a todos os cidadãos e cidadãs a se tornarem mais ativos na preservação do meio ambiente dentro de sua comunidade e exigir ações de seus governantes voltadas para a sustentabilidade ambiental.
Os parceiros brasileiros estão contribuindo para a organização do Live Earth Rio, tanto na adaptação das dicas ao contexto brasileiro e na divulgação do evento, como no esforço de tornar o evento o mais verde possível. O show vai usar energia proveniente de geradores de biodiesel e todo o lixo será reciclado. Conforme Rubens Born, coordenador do GT Clima do FBOMS, "A organização pretende, ainda, aproveitar a oportunidade e visibilidade do show no Rio para ressaltar a urgência do Governo brasileiro finalmente adotar uma verdadeira política nacional de mudanças climáticas”.
(Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, 27/06/2007)