A Escola Municipal de Ensino Fundamental Otaviano Silveira, do bairro Fortuna, em Sapucaia do Sul, reuniu ontem (26/06) à tarde guardiões ambientais do turno manhã para participar de atividades promovidas pelo Centro de Estudos Ambientais (CEA). Os estudantes assistiram a uma palestra, ministrada pelo presidente da ONG, o ambientalista Odi Silva, e à exibição de um vídeo documentário sobre as diferenças das nascentes do Rio dos Sinos e do curso d’água na região metropolitana.
Após a exibição, os guardiões ambientais conversaram sobre os problemas do meio ambiente em Sapucaia e sobre como a situação afeta o cotidiano das pessoas. As crianças aproveitaram para tirar dúvidas com Silva. Muitos queriam saber, por exemplo, que destino dar ao óleo de cozinha usado em casa e a restos de comida. As crianças ficaram especialmente sensibilizadas com as imagens da mortandade de peixes de outubro do ano passado, que faziam parte do vídeo exibido. Uma questão que não é novidade para a turma, formada por alunos de 3ª e 4ª séries da escola.
Alguns foram testemunhas da mortandade. A escola fica próxima ao Rio dos Sinos, perto da área onde os peixes ficaram retidos para serem recolhidos na semana posterior à tragédia. “Me senti magoada quando aconteceu. Era um cheiro muito ruim que chegava nas nossas casas. Achei muito ruim aqueles peixes mortos”, afirma estudante da 4ª série, Kananda Caroline Ferraz Leal, 11 anos. A menina fez questão de contar aos colegas o que viu naquela semana.
Para Odi Silva, o trabalho com as crianças é fundamental para garantir o futuro do Rio dos Sinos. “Eles nos dão muita atenção. Temos que trabalhar muito esta questão do rio.” Para a professora responsável pelos guardiões, Carla Boides Ribeiro, o trabalho com as crianças é necessário para que haja a multiplicação dos conhecimentos passados. “Eles têm que passar para os outros, para a família.”
Até agora, de acordo com a professora, o trabalho de conscientização com os guardiões tem sido um sucesso. “Escutamos muito deles sobre pessoas que sujam o rio e os arroios. E alguns vêm ajudar espontaneamente na escola, fora do período de aula.” Carla acredita ainda que existe solução para o problema do Sinos. “Temos noção de que é possível mudar, mas tem que ser com todo mundo trabalhando junto.” Odi Silva também tem esperança de um futuro melhor garantido pelo trabalho com as crianças da região. “Sou um sonhador. Eu ainda quero ver o Rio dos Sinos limpo, mudado pela geração que está aí.”
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VS Digital, 27/06/2007)