A usina nuclear Angra 3, cuja retomada de obras foi aprovada na segunda-feira (25/06), pelo Conselho Nacional de Política Energética vai começar a gerar seus 1.350 megawatts de capacidade (o mesmo obtido por Angra 2), a partir de 2013, segundo informação do ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hupner.
Angra 1, a primeira usina construída no país, gera em torno de 600 megawatts. A Eletronuclear ficará encarregada de comercializar a energia com as concessionárias do país que disputarem a compra através de leilões, coordenados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), segundo informou o ministro.
Atualmente, o megawatt hora é negociado em torno de R$ 140. As tarifas de Angra 3 serão fixadas de acordo com os custos próprios de uma usina nuclear, em que entram também os cálculos em torno do custo com os depósitos dos rejeitos.
Hupner argumentou que eles não significam perigo, pois são de pequena quantidade e podem ser depositados em piscinas especiais, que existem nas próprias usinas. A França por exemplo, segundo ele, tem quase 60 usinas nucleares, que geral 80% de sua energia elétrica e utiliza esse sistema.
O Ministério de Minas e Energia e os demais setores envolvidos vão formalizar detalhes finais sobre a decisão de ontem, que vão constar de documento a ser encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para aprovação. Depois da decisão presidencial assinada, o MME publica então a resolução para início das obras.
Hupner disse que é oportuna a aprovação da retomada de Angra 3 porque o país gasta muito dinheiro para manutenção da estrutura já montada para a usina, que sofreu paralisação em 1984. Mas, segundo ele, não há equipamentos obsoletos pois o que deverá mudar serão controles mais modernos e softwares de ultima geração.
O ministro interino informou que o Brasil vai agora poder executar todo o ciclo do combustível nuclear: temos domínio sobre todo o ciclo de processamento de urânio e ainda fazemos enriquecimento no Canadá e em países da Europa porque economicamente vinha sendo mais barato.
Com a implantação de Angra 3 no entanto, queremos colocar todo o ciclo do país em funcionamento e seremos no mundo quem tem reserva, capacidade de produção e capacidade para enriquecimento do combustível nuclear.
(Por Lourenço Canuto, Agência Brasil, 26/06/2007)