A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que os estudos de impacto ambiental para construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira (RO), ainda estão sendo feitos e não há data para divulgação de resultados.
“Não existe prazo para isso. Estamos trabalhando com sentido de urgência, diante da complexidade do problema, para responder adequadamente. A equação tem que fechar e a viabilidade econômica tem que ser igual à ambiental”, afirmou a ministra nesta terça-feira (26/06), após participar de cerimônia no Palácio do Planalto.
Questionada se a retomada da construção da usina nuclear de Angra 3, aprovada ontem pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), não seria uma forma de pressão para a liberação das licenças ambientais, a ministra respondeu que não. “Acho que as coisas não são colocadas em contraposição uma à outra. Não acredito nessa linguagem de utilizar uma coisa para viabilizar outra. Existem processo públicos institucionais que devem ser utilizados”.
O Ministério do Meio Ambiente foi o único dos nove que compõem o CNPE a votar contra a reativação das obras de Angra 3, alegando diversidade de fontes energéticas do país. “Nosso entendimento é de que na realidade do Brasil, não há necessidade de energia nuclear. Nós temos fontes renováveis de energia. Só com a utilização da biomassa, do potencial de hidreletricidade, de eólica, da energia solar, teremos condição de resolver os problemas do país”, disse a ministra.
Marina Silva afirmou ainda que o resto do mundo não tem investido em energia nuclear nos últimos 15 anos. Ela citou a produção de resíduos como uma das conseqüências negativas desse processo. “Não existem meios seguros para [lidar com] os resíduos oriundos do processo de [produção da] energia nuclear. Se não existe solução nos países mais desenvolvidos do mundo, por que haveria na realidade específica do Brasil?"
(Por Yara Aquino, Agência Brasil, 26/06/2007)