A Petrobras não gastou ou gastará qualquer recurso com o seguro, feito na sexta-feira (22/06), para as duas refinarias que possuía na Bolívia e que foram vendidas à estatal YPFB (Yacimientos Petroliferos Fiscales da Bolívia) por US$ 112 milhões. A explicação é do gerente executivo do Cone Sul da estatal brasileira, Décio Oddone, que garantiu que a operação foi feita sem prejuízo aos acionistas.
Dos US$ 112 milhões, acrescentou, US$ 56 milhões foram depositados no dia 11 e uma carta de fiança bancária garante o pagamento à Petrobras da segunda parcela, no mesmo valor, no dia 11 de agosto. A estatal brasileira ajudou no processo junto à seguradora La Boliviana Ciacruz de Seguros e Reaseguros, mas caberá à YPFB garantir o controle das duas refinarias com esse pagamento.
“Foi uma colaboração com a YPFB. Eles não têm a experiência que nós temos. Então, foi mais um apoio no sentido de concluir as negociações, mas não existe compromisso financeiro nosso, nem nenhuma garantia econômica nossa sobre esse seguro”, explicou o diretor da Área Internacional, Nestor Cerveró.
O seguro será pago pela YPFB, que passa a deter o controle das duas refinarias, sem necessidade de apresentação de garantia pela Petrobras. Cerveró explicou que a Petrobras garante apenas a capacitação e o treinamento dos ex-empregados que responderão pela operação das refinarias.
A negociação das refinarias vem desde a nacionalização do setor de petróleo e gás pelo governo da Bolívia, em maio de 2006. Décio Oddone destacou o retorno do capital investido pela Petrobras, garantido pelas condições acordadas. A Petrobras Bolívia Refinación (PBR) foi constituída em 1999 para operar as duas refinarias, adquiridas por U$ 102 milhões por um consórcio formado pela estatal brasileira e a Perez Companc, que foi comprada posteriormente pela empresa.
Durante o tempo em que ficaram sob o controle da Petrobras, as refinarias em Cochabamba e Santa Cruz geraram um lucro líquido de U$ 139 milhões, dos quais U$ 126 milhões distribuídos aos acionistas a título de dividendos.
(Por Alana GAndra, Agência Brasil, 26/06/2007)