O Brasil deve manter a auto-suficiência na produção de petróleo pelo menos até 2030, mas não deve chegar à auto-suficiência na produção de gás, como quer a Petrobras e o governo federal.
A constatação da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é feita com base no Plano Nacional de Energia (PNE-2030), primeiro estudo de planejamento integrado dos recursos energéticos do país feito a pedido do Ministério de Minas e Energia.
Atualmente, o Brasil tem reservas para produzir petróleo nos próximos 18 anos (até 2025). Segundo o levantamento, em 2030, essa relação deve ser mantida nos mesmos 18 anos.
"O estudo leva em conta apenas as reservas provadas e ainda as que reúnem determinados percentuais de condições de entrarem em produção no período. É, portanto, um cenário conservador”, ressaltou o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.
Os números também indicam que as reservas provadas de petróleo saltaram de 11,7 bilhões de barris para 19,4 bilhões em 2030.
“Isso nos garantirá a auto-suficiência pelo menos até 2030, uma vez que a produção saltará dos atuais 1,8 milhão de barris por dia para 2,96 milhões". O consumo, que hoje é de 1,79 milhão, saltaria para cerca de 2,92 milhões de barris por dia. “Esse cenário conservador nos garantia a auto-suficiência pelo menos até 2030”.
Segundo Tolmasquim, a produção nacional de gás natural deverá saltar dos atuais 48 milhões de metros cúbicos diários para cerca de 252 milhões em 2030. Apesar do crescimento de mais de 400%, o país não deve alcançar a auto-suficiência, embora vá reduzir, no período, sua dependência externa dos atuais 50%, para apenas 25% em 2030.
Nas projeções da EPE - estatal encarregada de planejar o setor energético brasileiro – o consumo de gás natural, hoje em torno dos 57 milhões de metros cúbicos diários, saltará no período para 267 milhões de metros cúbicos por dia – crescimento de mais de 350%.
(Por Nielmar de Oliveira, Agência Brasil, 26/06/2007)