A Petrobras trabalha com um planejamento até 2015 em que não há cenário de escassez de gás, disse o diretor da Área Internacional da estatal, Nestor Cerveró. Ele acrescentou que nesse planejamento está incluída a importação de gás da Bolívia: "Nós temos contrato garantido até 2019, trazendo 30 milhões de metros cúbicos, o que significa que no consumo de gás no Brasil continuam existindo pelo menos esses 30 milhões já estão contratados".
Para suprir o abastecimento de gás no país no médio prazo, informou, a Petrobras estuda a viabilidade de importação de gás da Venezuela, em operação vinculada à construção do Gasoduto Del Sur – na primeira fase, o produto venezuelano seria levado ao estado de Pernambuco.
“Essa é uma alternativa em prazo maior, mas é o que está sendo avaliado no momento", disse Cerveró. Até o final do ano, um grupo de trabalho deverá apresentar conclusões sobre viabilidade, prazo e custo de construção desse gasoduto, que elevará a importação de gás da Venezuela, com o fornecimento de até 60 milhões de metros cúbicos. “Se o mercado crescer nesse ritmo em termos de demanda de gás, serão necessários 50 milhões e mais”, indicou.
Dados divulgados hoje pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, estimam que a produção de gás natural no Brasil chegará a 252 milhões de metros cúbicos em 2030, contra os atuais 48 milhões de metros cúbicos. No mesmo período, o consumo passará de 57 milhões de metros cúbicos para 267 milhões de metros cúbicos e a importação subirá de 25 milhões de metros cúbicos para 72 milhões de metros cúbicos.
O diretor da Área Internacional da Petrobras acenou ainda com a possibilidade de outras alternativas para a importação de gás, entre elas o Peru.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 26/06/2007)