A Coordenação Nacional pela Defesa da Vida e da Soberania decidiu restabelecer por tempo indeterminado a interrupção de estradas, a partir de terça-feira (26/06). A decisão foi tomada após a avaliação realizada na terça-feira (12/06) pela a Assembléia de Delegados da Coordenação. Na ocasião, foi analisado o que ocorreu em cada um dos pontos de resistência em Imbabura, Quito, Chimborazo, Cañar, Azuay, El Oro, Zamora y Morona. A Coordenação Nacional pela Defesa da Vida e da Soberania foi formada no dia 26 de janeiro de 2007 como resultado do I Encontro de Povos pela Vida, realizado na cidade de Cuenca. A entidade é integrada por diversas organizações e comunidades de várias regiões equatorianas que lutam contra a mineração em larga escala.
A falta de decisão política do governo nacional diante desse problema é apontada como o principal motivo para a nova paralisação. Os manifestantes querem que o governo respeite a Constituição e os interesses coletivos dos equatorianos frente à ameaça representada pela presença de mineradoras multinacionais no país. Em comunicado, a Coordenação assinala alguns objetivos da manifestação como "fazer um chamado a todas as comunidades, organizações, instituições e pessoas que estamos participando neste Levantamento Nacional a redobrar os esforços empregados para que as medidas tomadas a partir de 26 sejam muito mais contundentes".
Também querem alertar ao Ministro de Governo sobre a indignação da população frente aos abusos cometidos pela polícia durante os primeiros dias de Levantamento e fazer-lhe um chamado para evitar que a força pública provoque os manifestantes que estarão em forma pacífica fazendo o protesto. As comunidades desejam que o governo nacional escute o clamor de milhares de famílias que estão defendendo sua vida e a dignidade nacional. Para isso, há a necessidade de uma urgente atuação governamental, suspendendo imediatamente as atividades das mineradoras multinacionais em todo o país.
Segundo o comunicado, a mobilização convocada a partir de 5 de junho está sendo um sucesso, pois milhares de afetados pelos megaprojetos mineiros se engajaram na luta. Isso tem fortalecido a decisão da Coordenação Nacional para continuar resistindo até conseguir os objetivos propostos na plataforma de luta e avançar em busca de uma declaração do Equador como um "País livre da mineração de larga escala". Além disso, a Coordenação afirma que os esforços empregados pelas comunidades têm servido para posicionar definitivamente o problema mineiro tanto em âmbito nacional como internacional. Dessa forma, eles acreditam que novos setores irão, aos poucos, integrar-se ativamente nessa luta.
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Adital, 25/06/2007)