Questões relacionadas à vigilância e à proteção de terras indígenas no Amazonas foram os principais problemas apontados pelas representações da classe que participaram semana passada do Encontro dos Chefes de Postos da Funai - Fundação Nacional do Índio. O evento foi realizado em Manaus (AM) com o objetivo de levantar informações sobre a situação das áreas que estão sob a jurisdição dos postos subordinados à administração do órgão indígena na capital amazonense e capacitar seus representantes para a aplicação de uma nova política indigenista e um novo modelo de políticas públicas junto à Funai.
Para o coordenador técnico do Projeto Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal, Wagner Sena, muitos dos problemas percebidos envolvem não somente a garantia dos indígenas sobre suas terras, mas também a sua sustentabilidade. "A demarcação das terras indígenas não resolve automaticamente outros problemas existentes como a sustentabilidade nas aldeias e a pressão recebida por parte dos não-índios sobre os recursos naturais existentes nas aldeias e que são a base da sustentacão cultural e física dos indígenas da Amazônia Brasileira. Apesar disso, as informações coletadas no encontro serão utilizadas para melhorar os procedimentos adotados pela Funai", afirma Sena.
Em todo Amazonas, as terras indígenas somam 42 milhões de hectares, o equivalente a 27% do território estadual. Só em Manaus, a abrangência da administração da Funai inclui os rios Solimões, Negro, Amazonas, Japurá, Purus e Jutaí. Na cidade, as terras indígenas identificadas e homologadas totalizam cerca de 15 milhões de hectares. Segundo a Funai, os postos indígenas sob jurisdição da capital amazonense atendem a uma população estimada em 40 mil indígenas de 30 povos distintos e em 35 cidades do Amazonas.
(Estação Vida /
Amazonia.org, 25/06/2007)