Geada, temperaturas baixas e até mesmo negativas em alguns municípios marcaram a segunda-feira no Estado. A associação do frio com a umidade excessiva provoca a superlotação de hospitais e aumenta a preocupação das autoridades, que tentam ampliar as campanhas de arrecadação de agasalhos e retirar pessoas das ruas. Em Livramento, os termômetros registravam 0,8 décimos ontem, mas a sensação térmica era de 1 grau negativo, segundo a Estação de Meteorologia de Rivera. A paisagem dos campos foi transformada pela geada, que só começou a se dissipar após as 9h, porque a segunda-feira amanheceu nublada. De acordo com a Estação de Meteorologia de Rio Grande, a temperatura mínima na cidade foi de 1,6 graus, às 6h, com formação de geada.
Apesar de ter encerrado a campanha do agasalho deste ano, a Secretaria de Assistência Social de Livramento preparou uma reserva de roupas para doações. Conforme o secretário Sérgio Levy, um dos maiores problemas neste período é a resistência dos moradores de rua em deixar de dormir em praças e marquises e ir para abrigos.
Quem mora em São Borja teve de enfrentar frio de 3,6 graus, depois dos 30 graus da semana passada. O retorno das baixas temperaturas, com máxima de 13 graus no domingo, frustrou a expectativa de também trazer chuva à Fronteira- Oeste, que convive com a estiagem há várias semanas. A Estação da Fepagro em São Borja contabiliza apenas 14 milímetros de chuva este mês, ante os 110 considerados normais. A prefeitura intensificou a campanha do agasalho, com mais de 20 mil peças distribuídas em 2007 e 50 diferentes postos de recolhimento. A secretária da Ação Social, Maria Hilda Fagundes, disse que a principal demanda é por cobertores e agasalhos mais pesados.
No município de Bagé, os dois décimos negativos que os termômetros marcaram às 4h agravaram a situação nos hospitais. Na Santa Casa de Caridade, os 190 leitos para adultos e os 25 da pediatria permaneciam ocupados, segundo a responsável pelo setor de internações, Aline Ceolin Colpo. No Hospital Universitário da Urcamp, Vera Acosta, que comanda o setor de internações, informou que os 105 leitos, incluindo a pediatria, estão ocupados. Nos últimos dias, é mantida lista de espera, em média, de oito pacientes adultos.
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CP, 26/06/2007)