A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) intensificou a investigação sobre a origem do depósito clandestino de lixo hospitalar na barragem da Maestra no dia 19 de junho. Nos últimos dois meses, quase 30 toneladas de detritos foram retiradas da área verde da represa que abastece 23% do município. A ação irresponsável evidencia que empresas ainda não-identificadas estão driblando a fiscalização para se livrar do material, sem se importar com as conseqüências para a saúde da população e para o meio ambiente.
Diariamente, cerca de três toneladas de entulhos são recolhidas em hospitais, clínicas, laboratórios, veterinárias e ambulatórios para serem descontaminadas e aterradas. Entretanto, a quantidade de resíduos despejados em locais impróprios é desconhecida.
O secretário Ari Dallegrave explica que, apesar da grande quantidade, pouco material contém informações de procedência. Na última limpeza feita pela Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) nas proximidades da bacia, havia diversas seringas e agulhas, além de plástico moído embalados em sacos de estopa.
- Nossa idéia é tentar descobrir algum número que identifique um lote de fabricação ou qualquer outro dado. É possível que o material tenha vindo de alguma empresa de reciclagem ou até mesmo de outra cidade - especula Dallegrave.
A separação e a destinação correta desse tipo de lixo é de responsabilidade das empresas geradoras, conforme determina a legislação estadual. Diversos fatores podem estar contribuindo para o surgimento de depósitos clandestinos. Um deles seria o custo para se implantar programas internos de reciclagem ou para se contratar empresas autorizadas para fazer o encaminhamento dos resíduos a aterros específicos. Porém, a Semma também não descarta a hipótese de empresas sem-licença estarem cobrando para recolher o material e descartando os entulhos em locais de difícil acesso.
- Pedimos à comunidade que denuncie irregularidades. Se alguém flagrar algum veículo depositando lixo em locais impróprios, anote a placa ou as características e nos repasse - pede Dallegrave.
(Pioneiro, 26/06/2007)