As cidades litorâneas passaram ontem por uma ressaca do mar. O fenômeno, registrado a partir da madrugada, foi acompanhado de perto pelas autoridades locais. A fúria das ondas, porém, não provocou destruições. Em Torres, as ondas quebravam na orla com uma altura média de 3 metros. 'Na Praia da Cal, a água bateu no calçadão', disse o coordenador municipal da Defesa Civil, Alaudi dos Santos. Na orla de Xangri-Lá, a situação foi mais complicada na praia de Atlântida. 'O mar esteve bravo durante todo o dia e, em alguns momentos, a água avançou muito além das guaritas dos salva-vidas', afirmou Gabriel Ribeiro, atendente da Plataforma de Pesca de Atlântida.
Em Tramandaí, a água do mar alcançou o muro de contenção, cruzando pelos quiosques. 'O mar tomou conta da área de estacionamento na faixa de areia', atestou Fabiana Coelho da Silva, atendente da Plataforma de Pesca de Tramandaí. O prefeito Beto Pires revelou que, em Cidreira, o mar avançou na direção das dunas frontais, chegando em alguns pontos próximo do calçadão. O temor, conforme o prefeito, é que a ressaca se intensifique nesta terça-feira e acabe por deixar um rastro de destruição, aos moldes do ocorrido em anos anteriores.
A ressaca, de tão intensa, provocou o naufrágio de um pesqueiro, com três tripulantes, em Passo de Torres (SC), mas não houve vítimas fatais. O relato inicial era de que o acidente teria ocorrido na costa de Torres, envolvendo cinco pescadores, mas não se confirmou. Hoje, a Delegacia da Capitania dos Portos de Laguna enviará equipe ao local. O objetivo é descobrir as causas do acidente e instaurar inquérito visando à apuração das responsabilidades. O naufrágio colocou em alerta o 9º Comando Regional de Bombeiros e a Agência da Capitania dos Portos de Tramandaí, já que havia boatos de envolvimento de gaúchos.
(CP, 26/06/2007)