O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, defendeu, durante uma visita de três dias à Groenlândia, uma política climática mundial mais ambiciosa e alertou para uma situação que considerou "dramática" no caso da região autônoma dinamarquesa. "Devemos fazer mais, a situação é muito dramática. A Groenlândia é sem dúvida uma das áreas mais afetadas pela mudança climática", disse Barroso, segundo a agência dinamarquesa Ritzau.
O líder da União Européia viajou no domingo (24/06) à Groenlândia para ver de perto os efeitos da mudança climática, acompanhado pelo primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen. Os dois visitaram os fiordes de Ilulissat, Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), situados a noroeste da ilha e que enviam ao mar 35 quilômetros cúbicos de gelo ao ano em conseqüência do aquecimento global, segundo recentes estudos científicos.
Barroso afirmou, no entanto, que os últimos compromissos em matéria do meio ambiente adquiridos pela União Européia durante a reunião do G8 (sete países mais industrializados e Rússia) na Alemanha eram um avanço. O presidente da CE também se mostrou otimista diante da possibilidade de conseguir um novo acordo que substitua o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. "Se a conferência sobre o clima de Bali em dezembro também tiver êxito, podemos criar as condições necessárias para a cúpula climática de Copenhague em 2009. Assim poderemos fechar um acordo para substituir Kyoto, embora seja óbvio que sem compromissos globais não será possível", disse Barroso à Ritzau.
Barroso e Rasmussen foram recebidos pelo chefe do governo autônomo da Groenlândia, Hans Enoksen, e o prefeito da Ilulissat, Anthon Frederiksen, e se reuniram com grupos de pescadores e caçadores locais. A bordo do navio alemão Maria S. Merian, com uma equipe internacional de 40 pesquisadores na região, os dirigentes tiveram acesso aos últimos resultados dos estudos sobre a mudança climática.
(G1, 25/06/2007)