Menos de duas semanas após encontrarem uma área de 12,5 hectares - o equivalente a 21 campos de futebol - com árvores nativas derrubadas em Ponte Alta, fiscais do Ibama flagraram um grande desmatamento na Serra Catarinense ontem (25/06).
Na última sexta-feira, os fiscais do escritório regional de Rio do Sul - responsável por 64 municípios do Alto Vale do Itajaí e Serra - avistaram da SC-438 uma queimada na localidade de Pedras Brancas, em Lages.
Ontem, foram pessoalmente ao local. Logo na entrada da área, constataram uma enorme plantação de pinus. Uma estrada que leva ao topo de um morro foi aberta em meio a uma área de preservação permanente (APP), com árvores e cursos d'água. Ao longo do trecho, um grande território de mata nativa foi consumido pelo fogo.
O total destruído na área vistoriada, ontem, pelo Ibama chegou a 33 hectares - 55 campos de futebol -, dos quais, 31 com queimada de mata nativa e dois com destruição de APP. Tudo seria utilizado para o plantio de pinus.
O proprietário da fazenda, que em maio de 2006 já havia sido notificado pelo cultivo da planta exótica em APP, foi multado em aproximadamente R$ 73 mil - R$ 20 mil por hectare de APP e R$ 1 mil por hectare de mata nativa. A área degradada será embargada, com a suspensão do seu uso para fins econômicos, e deverá ser recuperada pelo responsável, que também responderá a processo por crime ambiental.
Nesta época do ano, as queimadas são comuns, pois muitos produtores consideram-nas renovadoras das pastagens. No entanto, em 2007, a prática está proibida pelo Ibama, devido ao ciclo da taquara.
A cada três décadas, a planta seca, facilitando a combustão. Assim, durante um intervalo de um ano - e 2007 é um deles -, as queimadas representam riscos à flora, fauna e até mesmo às pessoas.
(Por Pablo Gomes,
Diário Catarinense, 26/06/2007)