O prefeito de Florianópolis, Dário Elias Berger (PSDB), prestou depoimento por mais de três horas, ontem (25/06), à delegada Julia Vergara da Silva, da Polícia Federal, responsável pelo inquérito da Operação Moeda Verde, que investiga um suposto esquema de compra e venda de licenças ambientais para favorecer empreendimentos imobiliários na Capital.
Na condição de testemunha, Berger chegou à PF pouco depois das 9h. Acompanhado por um advogado, respondeu questionamentos da delegada até o início da tarde. Guardado sob o sigilo de Justiça, o depoimento não foi liberado para a imprensa. O DC apurou, no entanto, que Berger foi questionado a respeito de seu relacionamento com quase todas as 22 pessoas que tiveram prisão temporária decretada pela Justiça.
Além disso, também foi instado a explicar o contexto de algumas interceptações telefônicas, gravadas com autorização judicial, nas quais aparece conversando com terceiros. As declarações do prefeito renderam nove páginas. Dário não falou sobre o assunto ontem.
Também ontem, o juiz Zenildo Bodnar, da Vara Federal Ambiental, recebeu a defesa do procurador-chefe da República no Estado, Walmor Alves Moreira, acusado de agir com parcialidade na disputa comercial entre os empreendedores de dois shoppings da cidade.
Afastado temporariamente do inquérito da Operação Moeda Verde, Moreira rebateu todas as suspeitas lançadas contra ele. Caso Bodnar não considere satisfatórias as explicações, Moreira pode ser afastado definitivamente da operação.
Ocorrendo o contrário, o procurador da República retorna e poderá ser um dos autores da denúncia contra os eventuais indiciados, se for o caso.
Inquérito está há 20 dias no MPF aguardando parecerO julgamento do pedido de "exceção de suspeição e impedimento" deve acontecer antes da denúncia, informou a assessoria de comunicação da Justiça Federal (JF). Até ontem, porém, o juiz Bodnar ainda aguardava o retorno do inquérito policial do Ministério Público Federal (MPF), onde está há cerca de 20 dias aguardando parecer no pedido de prorrogação de prazo feito pela delegada Julia Vergara.
A PF quer mais 60 dias para concluir as investigações. Como o pedido deve ser deferido, os trabalhos devem ser estendidos até o final de agosto, mês em que Bodnar deve decidir se afasta ou não o procurador do caso.
(Por João Cavallazzi,
Diário Catarinense, 26/06/2007)