Cinco anos antes da data prevista para entrar em operação, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), principal pólo industrial em construção no Brasil, já está trazendo resultados concretos para o mercado imobiliário no Estado. Na Feira da Casa Própria da Caixa, realizada no último final de semana em Niterói, mais de 1.400 famílias procuraram o estande da Secretaria de Habitação do município de São Gonçalo, em busca de informações sobre projetos habitacionais já concluídos em regiões próximas ao município de Itaboraí, onde está sendo construído o Comperj.
- Ofertamos imóveis com valor de prestação de R$ 263 a R$ 363, com condomínio incluído, em três bairros do município, que fica a apenas 20 minutos de Itaboraí - comemora o secretário de Habitação de São Gonçalo, Fernando Medeiros. - Ainda há algumas unidades disponíveis, para quem tem renda familiar de até R$ 1.800. Os interessados podem procurar a Secretaria de Habitação do município e levar carteira de identidade, CPF e comprovantes de residência e de renda.
Apesar da ampliação da oferta de imóveis no segundo município mais populoso do Estado, com 958 mil habitantes, antes de assumir a dívida de longo prazo é preciso planejamento. O analista de sistemas Eduardo Oliveira, mutuário da Caixa em um contrato de financiamento para uma casa de dois quartos no bairro Porto da Pedra, está inadimplente há quatro meses.
- Mesmo com um valor de prestação de R$ 470, está cada vez mais difícil pagar o financiamento - diz. - O jeito vai ser recorrer à Caixa para renegociar a dívida ou entregar o imóvel.
De acordo com a Empresa Gestora de Ativos (Emgea), estatal que administra os contratos da Caixa em desequilíbrio financeiro, em maio de 2007 o número de mutuários inadimplentes no Estado do Rio alcançou 27.962, de um total de 50.754. O volume já representa 12,11% da inadimplência em financiamentos da CEF no país.
(Por Luciana Gondim,
Jornal do Brasil, 26/06/2007)