A Abdib (Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base) informou que considera "extremamente positiva" a decisão do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) desta segunda-feira de aprovar a construção da usina nuclear de Angra 3. A entidade considera que há viabilidade ambiental, tecnológica e tarifária para retomar as obras da usina.
"A retomada das obras é fundamental para garantir mais segurança energética à matriz brasileira, bastante concentrada na energia hidrelétrica", informa a entidade.
De acordo com Paulo Godoy, presidente da Abdib, além da segurança para o abastecimento elétrico, a construção da usina, com potência de 1.350 MW (megawatts) de energia firme, injetará mais de R$ 3 bilhões de encomendas entre os fornecedores de bens e serviços.
"Outro importante fator é a manutenção do conhecimento e da tecnologia já desenvolvidos por vários anos no Brasil pelas empresas de engenharia de projeto. Se o Brasil perder essa base de conhecimento existente, no futuro, quando de decisões de ampliação da capacidade de geração de energia por fonte nuclear, será necessário contratar esses serviços fora do País, contribuindo para a geração de empregos no exterior", disse Godoy.
A Abdib elogiou a confirmação do CNPE da nona rodada de licitação de blocos para exploração de petróleo e gás. Para a entidade, havia apreensão entre os investidores que o Brasil poderia ficar mais um ano sem ofertar blocos para concessões nesta área.
"Isso seria um sinal muito negativo para um mercado onde os investimentos são de longa maturação. Precisamos lembrar que diversos investidores ingressaram nesta área e contam com as rodadas constantes de concessão para ampliar investimentos e negócios", afirmou Godoy. Em 2006, a oitava rodada foi paralisada pela Justiça por causa de discordância quanto às regras do leilão.
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Folha Online, 25/06/2007)