O Memorial da Câmara Municipal de Porto Alegre promove, até 30 de julho, no Salão Adel Carvalho, a exposição “Lutzenberger”, que retrata a trajetória do ambientalista gaúcho respeitado mundialmente por sua luta em defesa da natureza. São 20 banners inspirados em Sinfonia Inacabada, biografia de José Lutzenberger escrita por Lílian Dreyer. Estão expostos também objetos pessoais do ecologista pertencentes ao acervo da Fundação Gaia.
“A exposição foi concebida para mostrar o esforço pioneiro de Lutzenberger na defesa de um desenvolvimento sustentável, principalmente na agricultura e no uso dos recursos não-renováveis, antevendo, décadas atrás, os perigos da globalização, nas suas atuais tendências, para a humanidade”, diz o coordenador do Memorial da Câmara, Jorge Barcellos.
A mostra pode ser visitada de segundas a quintas-feiras, das 9 às 18 horas, e, nas sextas-feiras, das 9 às 16 horas, na Avenida Loureiro da Silva, 255. Informações e agendamento de visitas orientadas pelos telefones (51) 3220-4187 e 3220-4318.
Quem foi Lutzenberger
Nascido em 17 de dezembro de 1926, em Porto Alegre, Lutzenberger formou-se engenheiro-agrônomo pela Ufrgs em 1950 e fez pós-graduação em Ciência do Solo na Lousiana State University. Trabalhou para empresas de adubos químicos, mas, em 1970, após 13 anos como executivo da Basf, passou a denunciar o uso indiscriminado de agrotóxicos e a dedicar-se à defesa do desenvolvimento sustentável. Em 1988, recebeu, na Suécia, o prêmio The Right Livelihood Award, considerado o Nobel Alternativo, sendo definido pela imprensa como “pai do ambientalismo brasileiro”.
Lutz, como era chamado, foi um dos fundadores da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), a primeira entidade ecológica da América Latina, e criou a Fundação Gaia. Escreveu diversos livros, entre eles Fim do Futuro? - Manifesto Ecológico Brasileiro, de 1976, e coordenou os estudos ecológicos do Plano Diretor do Delta do Jacuí, entre outras atividades.
Em março de 1990, foi nomeado secretário-especial do Meio Ambiente da Presidência da República, cargo que exerceu até 1992. Nesse período, teve papel decisivo na demarcação de terras indígenas, em especial a dos ianomamis, em Roraima, na assinatura do Tratado da Antártida, na Convenção das Baleias e na participação das conferências preparatórias da Conferência Mundial do Ambiente, a Rio-92. Morreu em maio de 2002, aos 75 anos.
(Por Claudete Barcellos, Ascom CMPA, 25/06/2007)