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emissões de gases-estufa
2007-06-26

Com as temperaturas e os preços do petróleo em constante aumento, as nações industrializadas, famintas por energia, estão na busca de alternativas para uma economia baseada no petróleo. Algumas se voltaram para o carvão, o combustível que movimentou a primeira revolução industrial. Vários países industrializados, como Estados Unidos e China, continuam sendo altamente dependentes do carvão como maior fonte de energia para residências, o comércio e indústrias. Ao contrário do petróleo, o carvão é abundante, com reservas suficientes para durar muitas décadas com as atuais taxas de consumo.

Entretanto, quando é queimado, mesmo o carvão de alta qualidade, é uma das fontes de energia que mais produzem calor. E no caso da China, é utilizado um carvão com alto teor de enxofre, o mais sujo de todos os tempos e o que está impulsionando sua revolução industrial do século XXI. Ao mesmo tempo, polui o ar e faz com que as cidades chinesas se pareçam com a Londres das novelas de Charles Dickens. Metade de toda a eletricidade gerada nos Estados Unidos e dois terços da gerada na China provem do carvão.

Os partidários de seu uso defendem a construção de centenas de usinas elétricas movidas a carvão nos Estados Unidos, e o ritmo é ainda mais rápido na China. Representantes da indústria dizem que os espetaculares avanços tecnológicos reduziram muito as partículas tóxicas que antes arruinaram as cidades industrializadas e que ainda contaminam o ar de nações em desenvolvimento. Regulamentações rígidas agora freiam as práticas de mineração mais destrutivas, aquelas que desfiguraram as paisagens e contaminaram muitas terras, ainda envenenadas um século depois do fim da extração do mineral.

Porém, os críticos dizem que embora tenha havido progressos, as minas a céu aberto e a remoção dos cumes montanhosos são práticas comuns, enquanto os gases causadores do efeito estufa emitidos pela queima de carvão, como o dióxido de carbono, são uma das principais contribuições para o aquecimento global. Brian Schweitzer, governador de Montana, Estado do noroeste dos Estados Unidos, defende um processo que capte esses gases e os isole para sempre em depósitos subterrâneos.

A tecnologia defendida por Schweitzer ainda não foi suficientemente provada, e seu alto custo desanima os investidores. Como manter os gases que provocam o efeito estufa encerrados eternamente em cavernas continua sendo um problema em grande parte não resolvido. Ao mesmo tempo, a crescente conscientização sobre os perigos da mudança climática está aproximando setores que por longo tempo desconfiaram uns dos outros. No petrolífero Estado do Texas, sul dos Estados Unidos, empresários, prefeitos, governadores, ambientalistas, evangélicos e firmas de investimento de Wall Street se somam a uma pesquisa para frear as expansão das usinas elétricas movidas a carvão.

Nesta primavera boreal, a poderosa companhia TXU Energy, do Texas, que havia solicitado autorização para construir 11 usinas movidas a carvão, não só foi impedida como também foi comprada por um consórcio de investidores que prometeu não construir oito dessas 11 unidades e aplicar rígidas medidas de salvaguarda ambiental nas três restantes. Laura Miller, prefeita de Dallas, cidade nunca antes conhecida por sua militância ambientalista, se lançou à luta e incorporou à sua campanha contra o carvão poderosos lideres empresariais e outros prefeitos. “É isto que o público quer”, afirmou.

Devido à pressão existente para buscar novas fontes de energia, é difícil de resistir a uma volta a um recurso tão barato e abundante como o carvão. Mas, há uma solução tecnológica para o enigma do carvão? O que acontecerá se a captura de carbono em cavernas fracassar, mesmo em um grau modesto, e parte do CO2 injetado em rachaduras subterrâneas vazar novamente para uma já superaquecida atmosfera? Desejamos pagar o preço real para ter mais limpo o carvão que queimamos e os custos de restaurar as terras desfiguradas pelas minas para levá-las ao seu estado natural? É mesmo possível tal restauração?

Na medida em que as nações industrializadas começarem a instituir determinados sistemas que criem obstáculos ao comércio de carvão e a aplicar impostos, os crescentes custos dos investimentos nessa fonte de energia ficarão mais claros, inclusive para os investidores de Wall Street. Por outro lado, as fontes renováveis estão em bom caminho, mas muitos dizem que não chegarão a tempo para tapar o buraco que o petróleo deixará quando se esgotar.

O quanto antes esses recursos renováveis poderiam estar disponíveis se em lugar de investir em mais usinas a carvão investirmos já em energia eólica, solar, de biomassa ou no metano? E quanto mais poderíamos aproveitar da energia que usamos se nos propusermos a uma maior eficiência e conservação? Gostemos ou não, o carvão estará conosco por algum tempo, seja nas centrais existentes ou em várias novas. Entretanto, tem sentido continuar investindo em uma fonte de energia que vai contra um futuro livre de carbono? O que vocês preferem? Mudar de hábitos ou mudar de planeta?
(Por Mark Sommer, Terramérica, 25/06/2007)


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