Você sabe onde e como é produzido o vinho de açaí que você compra? Se não sabe, pelo menos já deve ter feito essa pergunta a si mesmo, quando comprou um litro em alguma feira, ou com algum vendedor ambulante. Hoje, o maior número de reclamações de produtos que chegam à Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) ainda é sobre o açaí. Depois que a imprensa divulgou casos da Doença de Chagas na comunidade de Santa Luzia, no município de Coari, em abril deste ano, em pessoas que consumiram o vinho da fruta – contaminada por um barbeiro triturado, inseto transmissor da doença -, a FVS em parceria com o Hospital Tropical, Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), enviou equipes para investigar a manifestação epidemológica da doença no interior e pretende em breve orientar todos os produtores do Estado.
De acordo com a gerente de produtos, Marilúcia Melo, a Fundação também atua realizando fiscalizações baseadas em denúncias, e o açaí ainda tem sido o produto campeão de suspeitas de contaminação. A FVS trabalha em parceria com o Hospital Tropical e através dos locais de vendas procura descobrir a origem do produto contaminado. “Nós estamos fazendo a fiscalização nos bairros e municípios e coletamos amostra do açaí. Em seguida, quando é comprovado que o produto está contaminado o produtor é proibido de fornecer, até que regularize sua produção”, explicou a gerente.
Entre as novas medidas, a principal será a cartilha de boas práticas para a produção do vinho do açaí, que deverá servir como base do treinamento que as equipes das instituições farão em todos os municípios que produzem o vinho. “Estamos produzindo uma cartilha bem simples, seguindo as normas preestabelecidas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas em uma linguagem bem simples, para as pessoas de entendimento simples”, adiantou Marilúcia.
Outra proposta do grupo composto pelas quatro entidades será a vinculação da cartilha à máquina de moer o açaí, que deverá vir de fábrica alertando sobre os riscos para o consumidor e forma correta para se evitar a contaminação.
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Amazonas Em Tempo, 25/06/2007)