O Ministério do Meio Ambiente foi pressionado pelo Poder Judiciário a responder com clareza e rapidez quantos e quem são os produtores rurais atingidos pela possível criação do Parque Nacional do Campo dos Padres. O pedido foi feito em audiência pública realizada na tarde de sábado, em Urubici, na Serra Catarinense.
Os representantes do Ministério do Meio Ambiente argumentam que a criação do Parque Nacional do Campo dos Padres poderá ser a última oportunidade de se preservar uma área nativa tão grande no Brasil. São 56.613 hectares, o equivalente a 56 mil campos de futebol, e abrange oito municípios: Alfredo Wagner, Anitápolis, Bom Retiro, Grão-Pará, Rio Fortuna, Rio Rufino, Santa Rosa de Lima e Urubici.
A intenção do ministério é evitar a ocupação desordenada e a degradação da natureza, causada principalmente pelas queimadas e derrubada de árvores nativas para a abertura de áreas de reflorestamento com pinus. O superintendente do Ibama em Santa Catarina, Luiz Ernesto Treim, garantiu que o parque será criado até o fim do ano.
As entidades que representam os moradores a região são contra a medida. Uma ação civil pública foi movida tentando impedir a assinatura do decreto de criação do parque. A alegação, segundo o advogado Marcelo Dantas, é de que não houve a participação direta das comunidades nas decisões.
Também é questionada a real necessidade de outro parque nacional na região, uma vez que já existe o Parque Nacional de São Joaquim, que, criado há 45 anos, ainda não indenizou todas as famílias atingidas. A criação do novo parque está suspensa desde janeiro por liminar da Justiça Federal.
(Por Pablo Gomes,
Diário Catarinense, 25/06/2007)