A Petrobras conclui até o dia 15 de julho o lançamento e a travessia dos dutos do gasoduto Urucu-Manaus no rio Negro, que vão ligar o município de Iranduba (a 34 km de Manaus em linha reta) à capital amazonense. Com início no dia 26 de maio, a operação está custando R$ 100 milhões à companhia, entre gastos com os tubos e as operações da BGL-1 (Balsa Guindaste Lançamento 1), trazida do Rio de Janeiro para funcionar 24 horas por dia durante dois meses de trabalho.
Segundo o gerente setorial da BGL-1, Amaury Aragão de Freitas, a primeira etapa da operação encerrou no dia 13 de junho e durou menos de 20 dias. Com extensão de dez quilômetros, o primeiro trecho ou “linha de 20 polegadas” ligou a ilha do Marapatá (Distrito de Cacau Pirêra) à Reman (Refinaria de Manaus Isaac Sabbá).
A fase iniciada na última segunda-feira, 18, é a “Linha de 14 polegadas”, que possui seis quilômetros e está interligando a Olaria Rio Negro (a três quilômetros do Porto de Cacau Pirêra) à Usina Termelétrica de Aparecida, na zona oeste de Manaus.
De acordo com Amaury Freitas, dois quilômetros dessa última etapa estão quase prontos, faltando apenas quatro quilômetros para a conclusão dos trabalhos da BGL-1 no rio Negro.
“Estamos cumprindo rigorosamente o cronograma. Nesse trecho vamos lançar 150 tubos, cada um com 12 metros de comprimento. Neste sábado a balsa vai estar bem em frente à usina termelétrica”, afirmou o gerente da BGL-1. Conforme Amaury, o funcionamento diário da BGL-1 representa um custo de US$ 150 mil à Petrobras.
Como nesta segunda etapa a travessia dos dutos é feita em uma área de baixa profundidade do rio, Amaury Freitas explicou que a estatal vai contratar uma empresa para abrir uma vala debaixo do leito do rio, a fim de que os dutos não fiquem expostos durante a vazante.
Capitania dos Portos vai elaborar carta para instruir navegantesSegundo Amaury Freitas, a Petrobras deve despender mais de US$ 1 milhão na contratação desse serviço. “Nessa área a profundidade vai de zero a 40 metros, ou seja, o rio chega a secar completamente. A empresa que ganhar a licitação já começa a trabalhar em setembro”, adiantou.
Mesmo com montagem dos dutos embaixo do solo,o gerente setorial da balsa disse que a Capitania dos Portos de Manaus vai elaborar uma carta náutica, para instruir os navegantes a não descer âncoras onde houver trechos do gasoduto.
Para efeito de licitação, a construção do gasoduto Coari-Manaus foi dividida em três lotes, que são o lote A (Urucu/Coari), lote B1 (Coari/Anamã) e B2 (Anamã/Manaus). O trajeto Iranduba-Manaus está inserido no último lote do empreendimento e representa 1,5% dos 670 km do gasoduto.
Festival folclóricoAo contrário do que a Capitania dos Portos havia informado no início do lançamento dos dutos no Rio Negro, as operações da Petrobras não devem ser suspensas durante o 42º Festival Folclórico de Parintins. De acordo com o gerente setorial da BGL-1, a capitania liberou a balsa para trabalhar normalmente no período do festival, desde que a Petrobras tome medidas extras de segurança.
“Reforçamos a segurança, aumentando o número de lanchas de quatro para oito unidades, no intuito de evitar que outras embarcações se aproximem da balsa. Nossa maior preocupação é não interferir na rotina de Manaus e estamos conseguindo”, ressaltou Amaury Freitas.
Para garantir que as balsas de transporte de cargas e passageiros passem pela BGL-1 sem nenhum perigo, a Capitania dos Portos demarcou um desvio de um quilômetro no trajeto que liga o Porto do São Raimundo ao Porto de Cacau Pirêra.
Operação especialAssim que a tripulação da balsa encerrar o lançamento dos 150 tubos, o próximo trabalho será a montagem dos dutos ao longo dos seis quilômetros da Linha de 14 polegadas. Segundo Amaury Freitas, essa operação especial vai demorar sete dias e terá o auxílio de mergulhadores, que estão divididos em dois barcos.
No total, a Petrobras conta com 260 pessoas a bordo da balsa e mais 30 trabalhadores hospedados em Manaus. Segundo Freitas, a troca parcial da tripulação acontece a cada 14 dias. Só ontem de manhã, 50 operários, entre soldadores, mecânicos e eletricistas, chegaram de Aracaju (Sergipe) para trabalhar na BGL-1.
A estimativa da Petrobras é concluir o gasoduto Urucu-Manaus até abril de 2008. O investimento total previsto para o empreendimento mineral é de R$ 2,4 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão já foi aplicado.
Além da capital, sete municípios do Amazonas serão beneficiados com o funcionamento do gasoduto: Coari, Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru e Iranduba.
(Por Priscila Mesquita,
Jornal do Commercio, 22/06/2007)