Cerca de 230 pessoas morreram em Karachi por causa das fortes chuvas e fortes ventos que castigaram a cidade neste fim de semana, a maior do Paquistão e considerada sua capital comercial.
O temporal de vento e chuva assolou no sábado a metrópole, de cerca de 11 milhões de habitantes, e em poucas horas deixou as principais ruas inundadas e provocou grandes danos nas infra-estruturas.
Com a diminuição do nível das águas, as autoridades começaram a recuperar os corpos e a oferecer assistência aos atingidos pelas piores inundações dos últimos tempos na cidade, que deixaram pelo menos 230 mortos e 300 feridos, informaram ontem (24/06) fontes oficiais.
Muitas das vítimas foram eletrocutadas com a queda de cabos elétricos em regiões inundadas, enquanto outras forram soterradas pelos telhados ou pelas paredes de suas casas, que desabaram devido às fortes chuvas e ao vento.
O temporal afetou a rede elétrica de metade da cidade, que também ficou sem linha telefônica, e cortou a transmissão de várias redes de televisão e de rádio.
MortosO ministro da Saúde da província de Sindh (de onde Karachi é capital), Syed Sardar Ahmad, disse hoje, em entrevista coletiva, que 177 dos cadáveres foram recuperados hoje em diversos pontos da cidade e que outras 53 pessoas morreram em diferentes hospitais.
Ahmad também informou que as autoridades municipais declararam situação de emergência nos hospitais públicos e cancelaram as ordens de pagamento de todos os funcionários para enfrentar a situação.
As chuvas foram precedidas por um forte vendaval que arrancou centenas de árvores, cartazes e sinais de trânsito, e causou sérias dificuldades aos motoristas em Karachi.
O ministro atribuiu o alto número de vítimas às precárias infra-estruturas existentes em muitas partes da cidade, mesma opinião da fundação Edhi Home, encarregada de prestar serviços de assistência nas áreas mais carentes de Karachi.
O responsável da fundação, Rizwan Edhi, afirmou que a maioria das vítimas foi registrada nos bairros mais pobres da capital e, até o momento, cerca de 150 mortos - incluindo mulheres e crianças - foram identificados, embora a maioria das vítimas seja de homens.
MonçõesFontes do Departamento de Meteorologia do Paquistão disseram que o temporal foi causado por um fenômeno monçônico ativo no norte do mar Arábico e nas áreas litorâneas adjacentes, e que avança rapidamente para a região vindo de Mumbai, na região indiana de Maharashtra.
O diretor-geral do departamento, Qamaruzzaman Chaudhry, advertiu que o sistema monçônico, com uma forte depressão, está se aproximando da Índia às costas de Sindh, e amanhã poderia causar novamente fortes chuvas na região.
No centro e no sul da Índia, a monção também provocou grandes danos, com cerca de 130 mortos pelas chuvas torrenciais dos últimos dias, que afetaram especialmente os estados de Andra, Kerala e Karnataka.
Em Kerala, as chuvas mataram 43 pessoas e obrigaram o deslocamento de milhares de famílias para campos de emergência, onde ainda continuam mais de 12 mil pessoas, e mais de mil casas foram danificadas ou destruídas.
Em Andra, foram pelo menos 37 vítimas e, em Karnataka, cerca de 40, segundo a imprensa local, que afirmou que milhares de pessoas tiveram que abandonar provisoriamente suas casas.
Além disso, a monção chegou com força ao estado de Maharashtra, onde até o momento 11 pessoas morreram por causa das chuvas, que, em Mumbai, a capital regional, afetaram seriamente o tráfego ferroviário e aéreo.
As regiões central e meridional da Índia estão na primeira fase da época da monção, que começa em junho na área sul do país e avança rumo ao norte, e continua até o fim de setembro.
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EFE, 24/06/2007)