Universitários foram sábado (23/06) às ruas mostrar à população o que é possível ser feito em um dos parques ambientais da cidade para que os moradores possam usufruir melhor do espaço, além de preservá-lo. O professor Frederico Flósculo, do Núcleo de Estudos Ambientais da Universidade de Brasília (UnB), explica que o objetivo do trabalho é mostrar a importância de ações comunitárias para a preservação de parques e proteção ao meio ambiente.
"Se a comunidade não tomar conta e se essas reservas de áreas naturais, que ainda restam nas cidades brasileiras, não virar algo que a sociedade se preocupa e cuida, elas vão se perder. Porque não existe política pública no mundo que você entrega ao governo e ele tome conta dela sozinha", destacou Flósculo, em entrevista à Agência Brasil.
Ele destaca que a fonte do poder é o povo e cabe à sociedade colocar as questões ao governo. "Na verdade a dona do país é a população brasileira, não é o Estado brasileiro."
Para o professor, cabe às universidades despertar essa capacidade de gestão dos brasileiros. "Especialmente a universidade pública deve assumir uma maior responsabilidade em relação aos graves problemas urbanos e ambientais que estamos vivendo", criticou.
Na avaliação de Flósculo, as instituições públicas de ensino superior se comportam de uma forma distante e "parece ignorar" a atual realidade social. Em Brasília, os universitários mostraram à população o que pode ser feito no Parque da Asa Sul, que, segundo o professor, foi criado há seis anos por uma iniciativa da comunidade.
"Ele tem um córrego, uma lagoa, mata. Mas não tem calçada, banheiro. A gente quer que todas essas melhorias sejam criadas a partir de um projeto que a população se envolva. A idéia é dar poder à comunidade para que não seja uma coisa que o governo está dando, mas que ela está conquistando."
Entre as propostas apresentadas pelos estudantes para o parque estão a criação de tendas de cultura, feiras de artesanato e instalação de computadores com programas ambientais para crianças.
(Por Marcela Rebelo,
Agência Brasil, 23/06/2007)