Resíduos de uvas processadas por indústrias de vinho em Petrolina, no sertão de Pernambuco, poderão servir como complemento alimentar na dieta de ovinos e caprinos da região.
O material fibroso, que antes poluía solos e mananciais hídricos, contém 14% de proteínas. A descoberta foi feita pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com estudantes de pós-graduação das universidades federais da Bahia e da Paraíba.
De acordo com o coordenador da Embrapa Semi-árido, Gherman Garcia, testes feitos no laboratório de nutrição animal da instituição comprovaram que os resíduos misturados a outras forragens - como grãos de milho, raspas de mandioca e farelo de palma - favorecem o aumento diário de peso dos animais.
“Essa alternativa apresentou níveis de engorda significativos para os rebanhos que vivem em sistema de semi-confinamento no Semi-árido”.
Além de trazer benefícios nutricionais aos rebanhos, principalmente nos períodos de escassez de forragens na região, Garcia diz que o uso desse material reduzirá custos para os criadores e diminuirá a poluição ambiental das vinícolas.
Segundo ele, na agroindústria do vinho no sertão do São Francisco 40% das uvas processadas são transformadas em resíduos, o que representa mais de três mil toneladas de material por safra. Isso pode gerar alimentos para ovelhas e cabras.
As sete vinícolas instaladas na região produzem atualmente seis milhões de litros de 20 tipos de vinho por ano.
(Por Marcia Wonghon, Agência Brasil, 24/06/2007)