O presidente da Iberol (Sociedade Ibérica de Oleaginosas, maior fabricante portuguesa de biodiesel), João Rodrigues, disse nesta sexta-feira (22/06) que o principal desafio na produção de biocombustíveis é encontrar matérias-primas que não tenham uso alimentar, como é o caso da soja, e que sejam menos sujeitas às flutuações de preços nos mercados internacionais.
Rodrigues destacou a importância de institutos de pesquisa como a Embrapa para encontrar novas fontes e potencializar as possibilidades de produção de matérias-primas. Ele disse acreditar muito no potencial de produção de oleaginosas, como o pinhão-manso e micro-algas, alternativas ainda pouco exploradas pelos produtores de biodiesel.
Para o presidente da Iberol, o futuro do biodiesel depende de pesquisas científicas sobre o potencial das oleaginosas utilizadas na produção do chamado "combustível verde", com o objetivo garantir o aumento da produção numa quantidade suficiente para a produção em escala industrial.
"Sem investigações que garantam uma grande produção em grande escala de oleaginosas, o biodiesel nunca passará de uma aspirina que se dá a um tuberculoso", afirmou, durante o 1º Encontro Luso-Brasileiro de Negócios em Biocombustíveis, que reúne empresários e autoridades dos dois países até sábado, em Curitiba.
"Sem uma quantidade expressiva de matéria-prima, o biodiesel não terá um grande impacto no futuro, principalmente na redução da emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa", afirmou.
Na quarta-feira, Rodrigues visitou o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), instituição controlada pelo governo estadual do Paraná, que também desenvolve pesquisas sobre oleaginosas para produção de biodiesel.
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Agência Lusa, 22/06/2007)