A Braskem anunciou ontem, em São Paulo, a criação do primeiro polímero verde do mundo, desenvolvido no Centro de Tecnologia e Inovação da empresa, em Triunfo (RS). 'É um marco na evolução da petroquímica brasileira e mundial. Um passo além da petroquímica tradicional', disse o presidente da Braskem, José Carlos Grubisich. O polietileno de alta densidade, feito a partir do etanol de cana-de-açúcar, entrará em fase de testes com clientes da empresa e tem produção comercial prevista para o final de 2009.
Simultâneo aos testes, será avaliada a viabilidade econômico-financeira do projeto, que deverá ser apreciado pelo Conselho de Administração no início de 2008. Ainda não há local definido para a futura fábrica, que exigirá investimentos de 60 a 100 milhões de dólares, mas Grubisich ressaltou que os estados onde a empresa atua - RS, BA e AL - têm vantagens competitivas na disputa. O projeto conta com a parceria de empresas nacionais e estrangeiras para o desenvolvimento de produto e mercado, algumas interessadas em participar do processo industrial.
O pioneirismo mundial da Braskem no desenvolvimento do primeiro polietileno fabricado com matéria-prima 100% renovável foi certificado pelo Beta Analytics, principal laboratório do mundo em análise de carbono, sediado nos EUA. Como vantagens da inovação, Grubisich citou a competitividade brasileira no etanol, a criação de valor nessa nova cadeia produtiva e o aspecto ambiental, já que, por recursos renováveis, o polímero reduz o consumo de matérias-primas fósseis e a emissão de gases na atmosfera, evitando o efeito estufa. Além do polímero verde, o presidente da Braskem anunciou a conversão da produção de MTBE (aditivo à base de metanol) da empresa em ETBE (à base de etanol) ao longo de dois anos, quando atingirá 300 mil toneladas.
(Por Denise Nunes,
CP, 22/06/2007)