Invisíveis ao olho humano, as partículas de poluição do ar podem causar sérios problemas de saúde quando inaladas. Apesar de contar com estações de monitoramento, Porto Alegre analisará pela primeira vez a composição das partículas, gases e vapores. O estudo inédito, coordenado pela Universidade de São Paulo (USP), comparará os dados obtidos em seis capitais brasileiras - Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Recife - com estatísticas de atendimento hospitalar do SUS.
Além de conhecer as substâncias químicas presentes no ar, o estudo servirá para analisar o reflexo da poluição no atendimento hospitalar. Os dados poderão ser utilizados por gestores públicos como base para enfrentar o problema. Na Capital, a coleta de partículas é realizada por um equipamento específico instalado no telhado da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (FFFCMPA), parceira da USP no estudo. Os filtros que captam as partículas são trocados diariamente e remetidos ao Laboratório Experimental de Poluição Atmosférica da USP a cada 30 dias.
O tamanho de cada partícula é representado como a milésima parte de um milímetro, muito menor que a largura de um fio de cabelo. Em Porto Alegre, o nível de poluição do ar é menor nos fins de semana, indicando que o principal problema é o excesso de veículos nas ruas.
O estudo compreende a análise da poluição nos 365 dias do ano, o que significa que a fase de coleta das amostras será concluída em junho de 2008. A análise levará em conta as condições climáticas do dia da coleta, uma vez que fenômenos como inversão térmica e ventos fracos agravam a poluição. A coordenadora do Laboratório de Estresse Oxidativo e Poluição Atmosférica da FFFCMPA, Claudia Rhoden, explicou que grande parte das partículas poluentes é composta por substâncias provenientes da queima de combustíveis e do atrito dos pneus com a pavimentação.
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CP, 22/06/2007)