Uma das principais medidas para frear o aquecimento global, o efeito estufa e garantir a sustentabilidade dos países é substituir as fontes de energia poluentes por opções limpas e renováveis. Atualmente existem alternativas e projetos de sucesso no setor, porém há projetos tecnicamente viáveis que ainda são muito caros.
Diversas fontes de energia não-poluentes estão em uso atualmente no planeta, porém, não na escala necessária. Chamadas de limpas, elas são consideradas as principais soluções para problemas como o aquecimento global. Energias originadas do calor do sol, da força do vento e de óleos vegetais, por exemplo, são algumas das opções existentes. A maioria dos processos é executável do ponto de vista técnico, mas inviável financeiramente.
Além de poluir, a energia fóssil - petróleo, carvão, gás natural - é finita e, por essa razão, também há a preocupação em encontrar fontes ilimitadas ou renováveis. Ou seja, que tenham utilização sem diminuir sua disponibilidade no futuro.
- O aquecimento global vem principalmente dos combustíveis fósseis, então essa é a motivação principal para se buscar outras opções. Além disso, algumas fontes de energia têm uma menor emissão de poluentes, o que é bom para a saúde do planeta e da população. É o caso do biodiesel e do resíduo de óleos de fritura - exemplifica o coordenador do Núcleo de Energia da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Paulo Roberto Wander.
O assunto não é só debatido pelos especialistas do setor. O efeito dos poluentes na atmosfera foi um dos temas tratados na reunião da cúpula do G8 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e a Rússia) - que ocorreu no início deste mês na Alemanha. Apesar do impasse entre os países do grupo sobre o assunto, é de comum acordo que a emissão deve ser reduzida antes que o aquecimento global se agrave ainda mais.
- É quase uma questão de sobrevivência. O aquecimento altera o clima, a produção de alimentos, gera secas. O país que não investir nisso está fadado a ter sérios problemas econômicos no futuro - alerta a professora e pesquisa- dora do Centro de Ciências Exatas e Tecnologias da UCS, Alexandra Finotti.
Nestas páginas o Pioneiro mostra algumas ações, tanto em grande escala quanto em pequenas propriedades, para tentar amenizar o problema.
Opções
Eólica - energia renovável com fonte no vento resultante do deslocamento de massas de ar, derivado dos efeitos das diferenças de pressão atmosférica entre duas regiões, influenciado por efeitos locais como a rugosidade do solo.
Geotérmica - energia renovável, com fonte no calor interno da Terra.
Hídrica ou hidráulica - energia renovável com fonte no resultado dos fluxos de água nos rios. Pode ser convertida em energia mecânica (rotação de um eixo) por meio de turbinas hidráulicas ou moinhos de água. As turbinas podem ser usadas como acionamento de um equipamento industrial, um compressor, ou de um gerador elétrico, com a finalidade de gerar energia elétrica para uma rede.
Maremotriz (ondas) - energia renovável, gerada pela movimentação de massas d'água devido às marés, que vão produzir trabalho mecânico, que por sua vez vai produzir eletricidade. Em conjunto, a temperatura dos oceanos, as ondas e as marés poderiam proporcionar mais energia do que a humanidade seria capaz de gastar - hoje ou no futuro -, mesmo considerando que o consumo global simplesmente dobra a cada 10 anos.
Solar - energia renovável dos raios solares que pode ser utilizada com ou sem equipamentos. Recorrendo a eles ela pode virar eletricidade ou calor.
Biomassa - plantas, animais e seus derivados são biomassa. Sua utilização como combustível pode ser feita na sua forma bruta ou por meio de seus derivados, como carvão vegetal, metano, álcool, biodiesel, óleos animais e vegetais.
Biodiesel
A tecnologia de fabricação do biodiesel precisa ser uniforme ou, pelo menos, se valer de alguns parâmetros básicos, senão os resultados do uso de um óleo vegetal inadequado podem ser catastróficos, alerta o coordenador- geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Manoel Polycarpo de Castro Neto. Para ser reconhecido como biodiesel, disse, o produto precisa ter o selo de qualidade expedido pela ANP.
(Por Bibiana Ribeiro Mendes, Pioneiro, 22/06/2007)