As condições climáticas estão piorando a qualidade do ar na região Metropolitana. O nível de poluição foi considerado regular ontem para partículas inaláveis na estação de monitoramento da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), na vila Ezequiel, em Esteio. Na quarta-feira, as medições no mesmo local apuraram que a situação era inadequada para dióxido de hidrogênio e regular para ozônio e partículas inaláveis. Ontem, o quadro também foi apontado como regular para dióxido de hidrogênio na estação de monitoramento da Refap, em Canoas.
'Há um bloqueio da poluição', salientou o meteorologista Flávio Wiegand, da Fepam. Segundo ele, a inversão térmica faz com que a atmosfera fique estável, dificultando os movimentos verticais. 'Os poluentes não conseguem se dispersar para níveis mais altos, permanecendo na superfície', explicou. Wiegand disse que a situação é complicada nas proximidades de áreas industriais ou de grande circulação de veículos.
O meteorologista citou que a Fepam tem oito estações de monitoramento da qualidade do ar, sendo três em Porto Alegre. Há igualmente equipamentos em operação em Canoas, Sapucaia do Sul, em Triunfo (Pólo Petroquímico) e Caxias do Sul. A unidade de Santa Maria está desativada. Segundo Wiegand, o monitoramento é diário, sendo que a cada 15 minutos ocorre a emissão de um novo relatório. A previsão é que a situação continue crítica até amanhã, quando a chuva deverá retornar ao Estado.
O dióxido de nitrogênio pode provocar irritação da mucosa do nariz manifestada através de coriza e danos severos aos pulmões semelhantes aos provocados pelo enfisema pulmonar. Além dos efeitos diretos à saúde, o dióxido de nitrogênio também está relacionado à formação do ozônio e da chuva ácida. A química Iara Brito Martins, também da Fepam, esclareceu que, nessa situação, o ar é prejudicial principalmente para pessoas com problemas respiratórios. 'Os idosos e as crianças são os que mais sofrem', informou Iara.
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CP, 22/06/2007)