Um tremor de terra atingiu a hidrelétrica de Tucuruí e foi sentido por moradores dos arredores da usina, na noite de quarta-feira, no município de Tucuruí, sudeste paraense, a 427 km da capital Belém. Ninguém saiu ferido nem a hidrelétrica registrou prejuízos, mas os moradores da região ficaram assustados.
O tremor aconteceu por volta das 22h40 e durou cerca de 10 segundos. Apesar de ficar distante 10 km, o abalo ocorrido na hidrelétrica foi sentido por moradores do centro da cidade e arredores. "Quando ouvi, pensei que fosse um trovão e cheguei até a ir para rua, mas depois soube que outras pessoas também tinham sentido mesmo e soubemos que foi um terremoto", contou o policial militar José Vieira, que sentiu o abalo de dentro da delegacia de polícia local.
De acordo com a direção da companhia Eletronorte, que administra a hidrelétrica de Tucuruí, o tremor não chegou a ser medido porque os dois sismógrafos que existem na cidade estão em manutenção.
Técnicos da empresa e também da Universidade de Brasília (UNB) farão um estudo detalhado sobre o caso. A Eletronorte informou ainda que o abalo pode ter sido inferior a 4 pontos na escala de medição, pois, segundo informações iniciais de técnicos da UNB, o sismógrafo da universidade, que capta abalos em todo o País a partir dessa pontuação, não registrou o tremor ocorrido na noite desta quarta.
Explicação científicaSegundo o especialista em sismologia, Lourenildo Barbosa Leite, o abalo foi induzido pela movimentação das águas na hidrelétrica, que deslocam as rochas da crosta terrestre fazendo com que elas se movam e provoquem o terremoto.
Segundo o especialista, que é chefe do laboratório de Sismologia do Centro de Georeferência da Universidade Federal do Pará, esse tipo de abalo é mais comum nessas áreas do que se imagina, mas como se trata de um abalo de baixa intensidade não representa perigo nem para a hidrelétrica nem para a população.
"Os abalos não duram nem 10 segundos podendo acontecer no período entre 5 ou 10 anos", explicou.
Na avaliação do especialista, a ocorrência desses fenômenos períodicos é positiva. "Na medida em que em cada pequeno abalo uma quantidade de energia é liberada evitando que se acumule e provoque terremotos maiores".
O pesquisador alerta a população que não se impressione com o evento e evite o pânico em caso de novo terremoto. "É tão rápido que não há motivo para pânico. A orientação é sempre ter calma para evitar acidentes", finaliza.
(Por Lucy Silva, Terra /
O Dia, 21/06/2007)