Vários estudos epidemiológicos relativos à investigação da presença de chumbo e cádmio vêm sendo realizados pela equipe do professor Carvalho na população de Santo Amaro e vizinhanças desde 1975. De acordo com o professor, eles não são continuados, ou seja, não têm por objeto, sempre, os mesmos indivíduos. Mas todos evidenciam que Santo Amaro é uma das regiões mais poluídas por chumbo do planeta. A raiz desse problema está nas atividades da empresa Peñarroya, uma multinacional francesa que se estabaleceu naquela região baiana em 1957 e atuou até 1993, produzindo entre 11 mil e 32 mil toneladas do metal por ano. Essa atividade poluiu intensamente a cidade de Santo Amaro, o Rio Subaé e uma extensa região conhecida como Baía de Todos os Santos. - O limite de 52 microgramas por litro nos sedimentos do solo dessa região, dado pela Agência Norte-americana de Proteção Ambiental (EPA), foi excedido várias vezes, conta Carvalho. Segundo ele, doses altas desse metal no corpo humano estão associadas a sintomas como insuficiência renal, anemia, déficits no QI e diminuição na condução nervosa.