O laudo de Carvalho informa também que o nível de chumbo no sangue de 642 crianças residentes a menos de 900 metros da unidade de beneficiamento de chumbo em Santo Amaro era de 59,1 microgramas por decalitro em 1980, caindo para 36,9 microgramas por decalitro cinco anos depois. Mesmo com essa queda, os níveis são altamente preocupantes, pois, de acordo com padrões do Departamento Norte-americano de Saúde e Serviços Humanos em envenenamento por chumbo em crianças, emitidos em 1991, as que apresentavam 20 a 44 microgramas por decalitro desse metal no sangue estão numa escala de contaminação de gravidade 3 (sendo cinco a mais perigosa). Em 1991, um inquérito identificou pessoas de 20 a 50 anos que residiam a menos de 500 metros da fundição. Quarenta delas tiveram nível de chumbo no sangue variando de 40 a 69 micorgramas por decalitro e quatro, acima de 70 microgramas. - A atual legislação ocupacional no Brasil estabelece que o trabalhador com nível igual ou superior a 60 microgramas por decalitro deve ser considerado como intoxicado por chumbo e afastado da sua atividade, assinala o médico. .