A Confederação Geral de Trabalhadores do Peru (CGTP) vai realizar, em 11 e 12 de julho, em Lima, uma Greve Nacional contra o Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos. O protesto vai reunir grêmios agrários, sindicatos, cocaleiros, comunidades afetadas pela mineração e povos indígenas do Peru.
A CGTP apresenta uma série de argumentos contra o TLC com os Estados Unidos. Para ela, o Tratado beneficiará apenas aos agro-exportadores peruanos que representam 3% da população, enquanto cerca de 7 milhões de camponeses agricultores, que vão deixar de produzir por no poderem competir com os subsídios e tecnologia do agro-negócio dos Estados Unidos.
Segundo a Confederação, com o tratado, os trabalhadores, a quem hoje em dia as transnacionais agro-exportadoras obrigam a trabalhar até 20 horas diárias sem sequer pagar um salário mínimo, também sofrerão com o aumento da exploração, obrigando-lhes trabalhar em condições desumanas. Além disso, a CGTP argumenta que o TLC vai promover o roubo do território de comunidades camponesas e povos indígenas por meio de concessões às Transnacionais.
O aumento do consumo de alimentos transgênicos e a apropriação dos recursos naturais do Peru também foram apresentados como argumentos para a greve. A plataforma de luta integral da CGTP inclui a recusa à perseguição política dos líderes pela defesa de direitos humanos dos povos e o apoio à padronização dos produtores cocaleiros de todo o Peru.
Hoje (21) pela manhã, trabalhadores peruanos realizaram uma marcha até parlamento para exigir ao governo que atue decididamente a fim de que as empresas respeitem a legislação trabalhista e os direitos dos assalariados.
A mobilização foi organizada devido às "constantes violações dos direitos humanos dos trabalhadores e a indiferença do governo para derrogar a legislação fujimorista e promover a promulgação da Lei Geral de Trabalho, milhares de peruanos e peruanas, especialmente jovens trabalhadores, se vêem impedidos de exercer seus direitos trabalhistas como a sindicalização e a negociação coletiva", justificou a CGTP.
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Adital, 21/06/2007)