O deputado Sandro Boka (PMDB) protestou contra o zoneamento concedido pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam/RS) às cidades da Região Sul que segundo ele, inviabilizam os municípios de receberem qualquer tipo de investimento para o reflorestamento. “Isso nos preocupa muito porque já temos uma quantidade expressiva, principalmente de pínus plantados, gerando milhares de empregos na nossa região. Tenho certeza de que mais de 10 mil pessoas do Taim, arredores de Rio Grande e também em São José do Norte. estão envolvidas hoje no corte e no beneficiamento da madeira”, alertou.
Conforme o deputado, os “ecoterroristas”, como classificou ao se referir aos movimentos que defendem interesses próprios acima dos interesses do povo, estão perto de acabar com a geração de emprego e renda em cidades como São José do Norte, que já foi a capital da cebola e teve momentos de prosperidade, mas que, infelizmente, com a quebra da safra e a diminuição do pescado, tem no corte e o beneficiamento da madeira a fonte de renda para diversas famílias. “O zoneamento está muito bonito paisagisticamente, hidrograficamente. Foram feitos todos os levantamentos, mas a peça fundamental, que é o homem, foi esquecida”, lamentou ao destacar que o problema de alguns ambientalistas é seu total radicalismo.
Boka foi além, afirmando que a pior degradação, a pior poluição que existe no mundo atualmente é a miséria. “A miséria faz com que as pessoas invadam áreas de preservação ambiental, acabem com a mata nativa, porque, não tendo dinheiro para comprar gás, cortam árvores para colocar no fogão à lenha e cozinhar a comida que vai dar sustento a sua família”, disse complementando que estes são pequenos exemplos que se podem dar. “Não se pode fazer um levantamento ambiental sem que o levantamento social seja elaborado conjuntamente, harmonicamente. Não podemos separar o meio ambiente do ser humano; o ser humano faz parte do meio ambiente!”, exclamou.
Sandro Boka criticou a postura de alguns ambientalistas que, em seus discursos, alegam que o eucalipto não gera emprego e que ninguém come eucalipto. “Ninguém come eucalipto, é verdade, mas o eucalipto gera energia, gera o papel que as crianças utilizam nas escolas e gera emprego em todas estas regiões onde o progresso já começou a chegar”, apontou.
O parlamentar garantiu ser favorável ao meio ambiente, porém, no seu entendimento, o meio ambiente pode conviver harmonicamente com o desenvolvimento. “Volto a frisar que esses ambientalistas ou pseudo-ambientalistas não conhecem a miséria em que muitos cidadãos do Estado do Rio Grande do Sul vivem, por isso defendem um Estado só para os passarinhos, para o verde e não para os homens”, concluiu Sandro Boka.
(Por Leonardo Nunes,
Agência de Notícias AL-RS, 21/06/2007)