Foi um fiasco o leilão realizado, quarta-feira (20/06) na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, para apontar a empresa vencedora do processo de licitação internacional para a exploração das reservas de silvinita (potássio) no Amazonas.
Nenhuma das oito empresas concorrentes: BHP Billiton Metais, Companhia Vale do Rio Doce, Fertilizantes Ouro Verde (Bunge), Fosfértil, PCS Fosfatos do Brasil, Mosaic Fertilizantes (Cargill), Votorantim Metais e Rio Tinto Brazilian Holdings Limited (Inglaterra) fez qualquer proposta para vencer a disputa. A alegação das companhias para a desistência do projeto é que os possíveis lucros do empreendimento não compensariam os investimentos necessários e exigidos pelo Governo para a instalação do negócio.
As empresas tiveram 15 meses para realizar os estudos de viabilidade econômica, elaborar uma proposta de lance mínimo e apresentar o plano de aproveitamento econômico do empreendimento. Os estudos realizados na região das reservas tiveram um custo médio por empresa de R$ 1 milhão.
Os principais problemas identificados pelas companhias são de infra-estrutura (portos, energia, estradas) e relacionadas a questões ambientais como a demora no licenciamento ambiental e a criação de unidades de conservação em áreas de relevante interesse mineral. Um exemplo recente, foi o abandono das pesquisas minerais realizadas pela empresa Codelco do Brasil - na bacia do Rio Sucunduri, na região do município de Apuí, - em decorrência da criação de um Parque Nacional no limite dos Estados do Mato Grosso e Amazonas. Área que era de interesse da empresa.
Os investimento necessários para a instalação de uma mineradora na área são da ordem de US$ 1 bilhão e demandaria pelo menos cinco anos. Em nota, o líder do Governo na Assembléia Legislativa, deputado Sinésio Campos, que acompanhou o leilão, afirmou que "o jogo está apenas começando".
(Por Enock Nascimento,
A Crítica, 21/06/2007)