Com facas afiadas e crianças assistindo, uma das cidades costeiras do Japão que mantêm a prática de caça à baleia descarnou a primeira presa do ano nesta quinta-feira (21/06), e defendeu a prática contra as críticas da comunidade internacional.
A equipe ergueu duas baleias capturadas na véspera com cordas e polias, e retalhou-as em cubos de carne e gordura para venda. Esta é a primeira captura de baleia feita pela vila de Wada desde que a Comissão Internacional Baleeira (CIB) rejeitou o pedido japonês o direito de expandir a caça. Os baleeiros não ficaram contentes.
O chefe da Companhia Baleeira Gaibo Hogei, Yoshinori Shoji, argumenta que as baleias deveriam ser manejadas como qualquer outro recurso natural, e rejeitou a idéia de que esses animais deveriam ser protegidos a qualquer preço. "Capturamos esta baleia a apenas 20 km da costa, e os europeus e americanos vêm aqui e: ´Parem!´ ", queixou-se ele. "Eles podem interferir com tanta facilidade?"
A tradição de caça à baleia é antiga na região. baleeiros japoneses capturam baleias na Península de Boso, onde Wada fica, desde o século 17. Shoji é um baleeiro de terceira geração. Mas as restrições da CIB representaram um duro golpe para Wada e outras três vilas que abrigam comunidades baleeiras.
O Japão luta, há anos, contra a proibição da caça à baleia imposta pela CIB em 1986. Atualmente, o governo japonês limita acaçá costeira a 66 animais ao ano. Num esforço para manter a tradição e o negócio vivos, Wada convida excursões escolares para assistir ao primeiro corte de baleia da temporada. Nesta quinta-feira, cerca de 50 estudantes do primeiro ano primário se reuniram para assistir.
(AP, 21/06/2007)